"O Irão não enriqueceu urânio acima dos 3,67%", assinalou um relatório confidencial da AIEA, agência da ONU que tem a missão de controlar e verificar se Teerão está a cumprir com todos os requisitos do acordo, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
Manter a pureza do urânio enriquecido abaixo dos 4% era um dos pontos centrais do acordo multilateral, uma vez que 90% é a percentagem necessária para construir uma bomba nuclear.
O desmantelamento de algumas instalações, nomeadamente do reator de água pesada de Arak, era outros dos requisitos.
"A AIEA acompanha a verificação para que não exista qualquer desvio de material não declarado em instalações nucleares e naquelas instalações onde o material nuclear é usado de forma regular", referiu o mesmo documento.
O acordo nuclear prevê limitar vários aspetos do programa nuclear iraniano durante um período de 10 a 25 anos, em troca do levantamento das sanções internacionais impostas ao Irão.
A agência das Nações Unidas destacou ainda que desde 16 de janeiro, e tal como estava previsto, os inspetores da organização estão a trabalhar ao abrigo do designado Protocolo Adicional de Salvaguardas, ou seja, os inspetores podem realizar visitas e inspeções a qualquer instalação nuclear iraniana sem aviso prévio.
O conteúdo deste relatório permite continuar com a aplicação do acordo e com a normalização das relações económicas entre o Irão e a comunidade internacional, com particular destaque para os Estados Unidos e a União Europeia.
O regime iraniano sempre recusou ter ambições bélicas com o seu programa nuclear, salientando o seu caráter civil e pacífico. Alguns países e a própria AIEA chegaram a admitir que o Irão não ofereceu o nível de transparência necessário para esclarecer o alcance e a natureza das suas atividades nucleares.
O acordo entre o Irão e o grupo de países 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China e a Alemanha) foi alcançado em julho de 2015 em Viena.
Lusa