O encontro encarado como decisivo para o futuro do Governo está agendado para as 15:00 locais (19:00 em Lisboa) na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo a imprensa brasileira, ministros do PMDB no Governo não querem sair, enquanto deputados do partido contrários à Presidente apoiam o processo de destituição de Dilma Rousseff.
A imprensa local avança que 14 dos 27 diretórios estaduais do partido já decidiram pelo rompimento com a Presidente.
O PMDB conta com sete ministros no executivo liderado por Dilma Rousseff e 69 deputados.
Para o processo de destituição da Presidente seguir para o Senado, são necessários dois terços de votos favoráveis entre os 513 parlamentares que votam na Câmara dos Deputados.
Entretanto, o vice-Presidente brasileiro e também presidente do PMDB, Michel Temer, cancelou a sua participação no seminário "A Constituição no contexto das crises política e económica", que decorre entre hoje e quinta-feira em Lisboa.
A imprensa brasileira tem dado conta de vários encontros entre elementos do PMDB e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), da oposição, para discutir um possível governo pós-destituição, em que Michel Temer assumiria a Presidência da República.
Ministro do Turismo brasileiro apresenta demissão
O responsável pela pasta do Turismo do Brasil, Henrique Alves, anunciou esta noite a sua demissão, tornando-se assim no primeiro ministro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) a deixar o Governo da Presidente, Dilma Rousseff.
O PMDB, a maior formação política do país em número de militantes, à qual pertence o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, decide hoje, durante uma reunião da direção nacional, se abandona o Governo de Rousseff.
"O momento nacional coloca o PMDB, meu partido há 46 anos, num grande desafio de escolher o seu caminho com a presidência do meu companheiro de tantas lutas, Michel Temer", escreveu Henrique Alves, num comunicado, no qual justifica a demissão.
O ministro do Turismo assumiu a pasta em abril do ano passado, quatro meses depois de Dilma Rousseff ter iniciado o seu segundo mandato como Presidente do Brasil, e sai do Governo a cinco meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Henrique Alves admitiu que o diálogo com o Governo "acabou" e pediu à compreensão da Presidente, que, segundo disse, "aprecia acima de tudo a coerência ideológica e a lealdade ao seu próprio partido".
"Não digo que seja fácil, mas consciente, coerente, respeitando o meu (estado) Rio Grande do Norte e sempre a luta por um Brasil maior", acrescentou.
A saída de Alves antecipou a decisão que, segundo vários analistas, tomara o PMBD, que ocupa sete ministérios do Executivo de Rousseff.
O abandono do PMDB pode colocar em causa o futuro político de Dilma Rousseff, que enfrenta um processo legislativo com vista à sua demissão e precisa do apoio do seu principal parceiro de coligação no Governo.
Lusa