"Kim Il-sung sustentou o seu regime em cruéis violações de direitos, como frequentes desaparecimentos forçados e letais campos de prisioneiros para infligir medo e reprimir qualquer voz que desafiasse o seu governo", declarou Phil Robertson, subdiretor para a Ásia da HRW, num relatório.
No documento, intitulado "Coreia do Norte: o catastrófico legado de Kim Il-sung", a organização não-governamental critica o neto do fundador e atual líder do país, Kim Jong-un, por estar "a seguir fielmente os passos do seu avô" no que diz respeito a abusos.
O "Dia do Sol" hoje celebrado constitui a efeméride mais importante na Coreia do Norte, país caraterizado pelo culto da personalidade dos três líderes da dinastia Kim que o governa desde a sua fundação em 1948.
Nas quase sete décadas de ditadura estalinista, apontou a HRW, os Kim erradicaram qualquer indício de dissidência ao vetar os meios de comunicação independentes e ao castigar aqueles que considera inimigos do regime com torturas, trabalhos forçados e execuções.
A organização internacional de defesa dos direitos humanos aproveitou mais uma vez para exigir que o atual líder, Kim Jong-un, seja levado à justiça pelos abusos perpetrados por aquele Estado comunista.
"O único presente que a comunidade internacional deve oferecer no aniversário de Kim Il-sung é enviar ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o seu neto, Kim Jong-un, por crimes contra a Humanidade", afirmou o vice-diretor da HRW.
"Kim Il-Sung jaz no seu mausoléu, mas o seu legado de abusos continua vivo" na nova era de Kim Jong-un, sentencia o comunicado.
O jovem ditador foi hoje ao Palácio do Sol de Kumsusan, na capital Pyongyang, para prestar homenagem ao seu avô numa das primeiras celebrações do "Dia do Sol".
Lusa