Os chefes das diplomacias dos Estados Unidos, John Kerry, e da Rússia, Serguei Lavrov, deram uma conferência de imprensa conjunta em que, segundo jornalistas presentes, as tensões no processo de paz foram evidentes.
O enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, afirmou que não pode chamar o presidente sírio, Bashar al-Assad, e a oposição de volta às negociações sem um "cessar-fogo credível".
Nas declarações que se seguiram, as diferenças entre Washington e Moscovo, que copresidem às negociações, foram claras.
John Kerry disse que o Grupo Internacional de Apoio à Síria (International Syria Support Group, ISSG) concordou na necessidade de haver "consequências para quaisquer partes" que violem a trégua e de manter a pressão sobre Assad.
E Lavrov repetiu que, para a Rússia, as forças de Assad são as mais bem colocadas para combater o Daesh e que contam com o apoio de Moscovo para isso.
"Não apoiamos Assad, apoiamos o combate ao terrorismo", disse.
Os Estados Unidos acusam as forças de Assad da maioria das violações da trégua, enquanto a Rússia acusa os grupos rebeldes.
Estas diferenças estão a travar os esforços para a definição de um calendário para a transição política na Síria, que a ONU defendeu dever ser lançado até agosto.
O secretário de Estado norte-americano afirmou no entanto que a data de 1 de agosto definida pelo Conselho de Segurança é um objetivo e não uma data-limite.
Serguei Lavrov recordou por seu lado que a resolução da ONU sobre o processo de paz prevê que a transição pode levar até 18 meses, após a definição de um roteiro.
"A data exata não vou revelar para já", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, referindo-se ao reinício de negociações indiretas entre o regime e a oposição.
Lusa