"Se Gülen não for extraditado, os Estados Unidos sacrificarão as relações (bilaterais) por causa desse terrorista", afirmou Bekir Bozdag, frisando que o sentimento antiamericano da população turca está a aumentar devido a este diferendo entre os dois membros da Aliança Atlântica (NATO).
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, tem vindo a acusar o imã Gulen de ter responsabilidades no golpe militar falhado em 15 de julho, o qual provocou 273 mortos e cerca de 2 mil feridos.
Entretanto, Erdogan reúne-se hoje em São Petersburgo com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, com o objetivo de retomar a normalidade das relações entre Moscovo e Ancara, na primeira deslocação externa depois da intentona golpista.
"Será uma visita histórica, um novo começo. Nas conversações com o meu amigo Vladimir, creio que se abrirá uma nova página nas nossas relações bilaterais", afirmou o líder turco em entrevista à agência noticiosa russa Tass.
Putin foi um dos escassos dirigentes mundiais que apoiou Erdogan desde a primeira hora face aos acontecimentos de 15 de julho, ao contrário de Washington e de vários líderes europeus, sem críticas à repressão entretanto em curso e que já implicou a prisão de mais de 60 mil pessoas por alegada ligação ao Hizmet.
A cimeira russo-turca foi acordada depois de Erdogan, no final de junho, ter pedido desculpas formais pelo abate de um avião de caça da Rússia na fronteira com a Síria, incluindo o alvejamento de um dos pilotos quando já descia de paraquedas.
Lusa