"Nós iremos por toda a Venezuela. Vamos tomar toda a Venezuela, todas as praças, todas as autoestradas e cidades, para assegurar a paz", disse o dirigente do PSUV Jorge Rodrígeuz.
O também presidente do Município Libertador (o maior da capital) falava durante uma conferência de imprensa em San Bernardino (Caracas), durante a qual acusou a oposição de pretender gerar violência no país.
"Qualquer intenção violenta cria sempre angústia e ansiedade. Não o permitiremos. A nossa presença nas ruas de toda a Venezuela será uma demonstração da nossa indeclinável decisão de manter toda a ação política no curso que a Constituição impõe", disse.
A 17 de agosto, a aliança da oposição na Venezuela, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), anunciou que vai "tomar" a cidade de Caracas, "pelos quatro pontos cardeais", para exigir a realização de um referendo revogatório do mandato do Presidente Nicolás Maduro.
"Vamos encher a cidade de manifestantes pelo oeste, este, norte e sul", anunciou o deputado Luís Florido, do partido Vontade Popular.
Com a "tomada" de Caracas, a 01 de setembro, a oposição pretende que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) fixe a data para que a oposição recolha as assinaturas e impressões digitais de 20% dos eleitores, aproximadamente quatro milhões dos inscritos no registo eleitoral, para ativar o referendo.
"Será um marco na história da Venezuela, vai marcar um antes e um depois. Vamos exigir o revogatório, caso contrário, o povo vai fazer valer o artigo 350", frisou, fazendo referência ao artigo da Constituição que contempla a "desobediência civil" perante "qualquer regime, legislação ou autoridade que contrarie os valores, princípios e garantias democráticas ou menospreze os direitos humanos".
A oposição quer realizar o referendo revogatório ainda em 2016 e tem acusado o Conselho Nacional Eleitoral de atrasar a calendarização das diferentes etapas do processo.
Se o referendo se realizar até 10 de janeiro de 2017 deverão ser convocadas novas eleições presidenciais, segundo a legislação venezuelana.
Se o referendo for convocado para depois dessa data, o vice-Presidente da Venezuela em funções, atualmente Aristóbulo Isturiz, assumirá os destinos do país até 2019, quando termina o atual mandato presidencial.
Simpatizantes de Nicolás Maduro e ministros do seu Governo têm insistido que será impossível realizar o referendo ainda em 2016.
Lusa