"Oxalá possamos dizer que este esforço valeu a pena", disse o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski aos jornalistas, salientando que os venezuelanos não podem "passar semanas e meses" sem que nada se passe à mesa das negociações.
"Estamos numa situação crítica. Com base no que aconteça hoje falaremos dos próximos passos para sair da crise. Se o Governo não der sinais de mudança e continuar no mesmo, teremos, os venezuelanos, que retomar a nossa agenda de protesto", frisou.
O anúncio tem lugar a poucas horas da segunda reunião de diálogo entre o Governo venezuelano e a oposição com a mediação do Vaticano e da União de Nações da América do Sul.
Na reunião, o Governo venezuelano põe como condições que a oposição reconheça as instituições, que chegue a um grande consenso económico com o Executivo para recuperar o aparelho produtivo e que termine a guerra e a perseguição financeira contra a economia.
Exige também que as eleições regionais de 2016 se realizem em 2017 e que seja criada uma comissão pela verdade e justiça.
Por outro lado, a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) põe como condições a realização de um referendo revogatório do mandado do Presidente Nicolás Maduro ainda em 2016, que hajam eleições gerais em 2017, que os presos políticos sejam libertados e que os poderes públicos sejam independentes.
Quer também que o Executivo reconheça o parlamento, onde a oposição é maioria, que se repitam as eleições legislativas no Estado de Amazonas (impugnadas pelo chavismo) e que sejam designadas novas autoridades para o Conselho Nacional Eleitoral e o Supremo Tribunal de Justiça.
Atenção prioritária à crise económica e a abertura de um canal humanitária que permita a entrada de alimentos e medicamentos no país são outras exigências da MUD.
Segundo Henrique Capriles Radonski, principal promotor do referendo, a oposição pretende ainda que o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, participe nas mesas de diálogo, como garantia dos acordos que surjam.
As rádios locais dão conta de que a Organização Internacional do Trabalho exigiu ao Governo venezuelano que a Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela (Fedecâmaras) participe também no diálogo, uma condição que conta com o aval do Vaticano.
Lusa