Ao dirigir-se ao Conselho de Segurança da ONU, aludiu a um "aumento massivo", desde há um ano, da utilização desta "tática cruel", e "em particular pelo Governo sírio".
O número de pessoas cercadas aumento de 393.700 há um ano para 486.700 há seis meses, e atualmente 974.080, assinalou.
Novas localidades juntaram-se à lista das zonas que deixaram de ser abastecidas ou socorridas pelos funcionários humanitários, incluindo um bairro de Damasco e "numerosas zonas" na Ghouta oriental, que circunda a capital.
Nestas zonas os habitantes "estão isolados, esfomeados, bombardeados e privados de ajuda médica e de assistência humanitária, com o objetivo de forcá-las a renderem-se ou a fugir". "Trata-se de uma tática deliberada (...) de uma forma cruel de punição coletiva", sublinhou.
Esta tática foi aplicada "de forma monstruosa pela parte no conflito que em primeiro lugar deveria defender e proteger os seus próprios cidadãos, mesmo os que não estão de acordo com os seus dirigentes", afirmou, numa referência ao Governo sírio.
O'Brien voltou a apelar ao fim de todos os cercos e deplorou a "aparente incapacidade ou reticência" do Conselho de Segurança em pôr termo, de momento, a esta situação.
O Conselho esteve reunido para debater, como tem sucedido regularmente, a situação humanitária na Síria, particularmente na zona leste de Alepo, bombardeada pelas aviações síria e russa.
Antes da reunião, o embaixador francês François Delattre tinha definido a situação como "horrível e catastrófica" a situação na grande cidade do norte da Síria, e acusou o regime de promover "uma estratégia de guerra total para retomar Alepo a qualquer preço".
O embaixador britânico Matthew Rycroft qualificou por sua vez de "bárbara" a campanha de bombardeamentos conduzida por Moscovo e Damasco.
Lusa