"Toda a comunidade nacional e internacional deve saber que, quando adotamos documentos, compromissos, não o fazemos de maneira ligeira, cumprimos com a palavra convinda (acordada) e assinada, que cumprimos completamente", disse.
O pedido foi feito numa entrevista a uma cadeia de rádio e a uma televisão estatais, a partir do palácio presidencial de Miraflores, após um encontro com o ex-chefe do executivo espanhol José Luís Rodríguez Zapatero, horas depois de a oposição venezuelana acusar o Governo de abandonar o diálogo.
Nicolás Maduro explicou que reiterou a José Luís Rodríguez Zapatero "todo o compromisso" do Governo venezuelano com "a paz, o diálogo, a tolerância e com a vontade de que o país avance para estados superiores de convivência, de coexistência".
"As grandes maiorias deste país querem coexistência, convivência, tolerância, respeito e não que venham impor a baixeza de envenenar com ódio, com desejos de vingança, o nosso país", frisou.
O chefe de Estado explicou que esteve a analisar o processo de diálogo, o esforço feito, avanços, recuos, tarefas pendentes e dificuldades, recomendando não prestar atenção a condutas que rompem as regras de jogo básico, da ética política e os acordos assinados pelo Governo revolucionário e pela aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD).
Hoje, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski acusou o Governo venezuelano de ter abandonado a mesa de diálogo com a oposição.
"O Governo levantou-se da mesa, utilizando como desculpa o debate que teve lugar na Assembleia Nacional, sobre o julgamento por narcotráfico (nos EUA), em que foram declarados culpados dois cidadãos venezuelanos vinculados à família do senhor Maduro (Nicolás) e da senhora Cília Flores (primeira dama)", disse.
No dia 30 de outubro passado, o Governo e a oposição iniciaram um diálogo, sob a mediação do Vaticano e da Unasul (União das Nações Sul-americanas), que terminou com a decisão de ambas partes de instalarem quatro mesas de negociação.
A 01 de novembro, o parlamento venezuelano adiou "por alguns dias" um debate para determinar a responsabilidade política do Presidente Nicolas Maduro, acusado-o da "rutura da ordem constitucional" no país, na sequência de um pedido feito pelo Vaticano.
A 12 de novembro, o Governo venezuelano e a oposição acordaram trabalhar conjuntamente para a recuperação da economia e o combate à insegurança, tendo agendado nova reunião de diálogo para 06 de dezembro.
Decidiram ainda "baixar o tom" dos discursos e promover a paz com base no reconhecimento e respeito mútuo.
Lusa