"Durante as consultas russo-norte-americanas serão decididas as vias efetivas e calendário para a retirada de todos os combatentes da zona leste de Alepo", afirmou Sergei Lavrov, indicando que a reunião decorrerá em Genebra, provavelmente na terça ou quarta-feira.
"Assim que estas vias e este calendário estiverem definidos, um cessar-fogo pode entrar em vigor", disse.
As negociações terão por base as propostas do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, apresentadas em Roma, na sexta-feira, acrescentou o chefe da diplomacia russa.
Por outro lado, Lavrov criticou uma resolução da ONU que exige um cessar-fogo temporário em Alepo, que apelidou de "passo provocador".
O Conselho de Segurança da ONU vai votar hoje a resolução, definida pelo Egito, Nova Zelândia e Espanha, que pede uma trégua de pelo menos sete dias.
"Tendo em conta todos os aspetos da atual situação, o projeto de resolução - que surge quando se prepara esta iniciativa russo-norte-americana - é, em grande parte, um passo provocador que prejudica os esforços russos-norte-americanos", afirmou Lavrov, em conferência de imprensa.
Apesar de algumas concessões introduzidas - a versão inicial pedida uma trégua de dez dias -, a resolução deverá ser vetada por Mosocovo.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos - têm direito de veto.
As forças do líder sírio, Bashar al-Assad, e aliados continuam a avançar sobre as zonas de Alepo controladas pelos rebeldes, depois de terem recuperado o poder, até agora, em cerca de 60% da cidade, de acordo com a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem um rede alargada de informadores no terreno.
Desde o início, a 15 de novembro, da última ofensiva do regime sírio na zona oriental de Alepo, pelo menos 311 civis foram mortos, indicou o OSDH, com sede em Londres.
Ao mesmo tempo, os ataques rebeldes contra a zona ocidental da cidade, nas mãos do regime, causaram pelo menos 70 mortos.
A Rússia, aliada de Al-Assad, intervém na guerra desde setembro de 2015 através de ataques aéreos.
A guerra na Síria, desencadeada em março de 2001 devido à brutal repressão de manifestações a exigir reformas, causou mais de 300.000 mortos.