Em Sabana Grande, centro-leste de Caracas, na agência do Banco Plaza, propriedade de empresários portugueses radicados no país, eram visíveis dezenas de funcionários, encapuzados, a vigiarem as centenas de pessoas que faziam fila para entrar.
Vários clientes explicaram à agência Lusa que "era um cenário nunca imaginado, com o banco abarrotado de gente, muitas pessoas querendo entrar e muitos polícias" que vigiavam também as ruas adjacentes para evitar situações irregulares.
"Os políticos só tomam medidas improvisadas sem ter em conta os transtornos que causam para a população", disse Andrés Marcano à agência Lusa.
Este venezuelano explicou que de manhã tentou, sem sucesso, tomar o pequeno-almoço numa padaria e num café mas não pôde porque não quiseram aceitar as notas que tinha e o cartão de débito "deu erro".
"Hoje é um dia que as pessoas estão na rua, todas com dinheiro. Esperemos que a polícia nos proteja bem, porque estamos em dezembro, altura em que as pessoas tendem a andar com dinheiro para fazer compras e agora têm que sair com as poupanças que guardavam em casa para imprevistos", frisou.
Em declarações à televisão estatal, o vice-ministro de Prevenção e Segurança Cidadã, Manuel Pérez Urdaneta, explicou que a grande presença policial tem como propósito garantir a segurança dos cidadãos.
Também que os organismos de segurança estão a patrulhar as ruas de cidades e municípios, com o apoio de oficiais das Forças Armadas Venezuelanas e da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
"A ideia é que o sistema financeiro flua de maneira adequada dentro de um quadro de tranquilidade, protegido pelas forças de ordem, em cada uma das entidades bancárias".
O Presidente da Venezuela ordenou, no domingo, que as notas de 100 bolívares (0,15 euros) sejam retiradas de circulação, para, alegadamente, combater máfias internacionais que estariam a armazenar ilegalmente aquelas notas para desestabilizar a economia venezuelana.
Segundo o Banco Central da Venezuela existem 6,11 mil milhões de notas de 100 bolívares em circulação na Venezuela, aproximadamente 48% do dinheiro que circula entre a população.
Lusa