Em comunicado enviado ao executivo dirigido desde abril pelo primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, o diplomata alemão assegura "tratar-se de um enorme passo no caminho da libertação da Líbia do terrorismo que representa o Estado Islâmico".
"O meu coração está com as famílias dos que morreram em combate e enalteço os sacrifícios realizados em busca da vitória", acrescentou, antes de exortar o governo de unidade a iniciar a reconstrução da cidade.
O governo de unidade, apoiado pela ONU na Líbia, declarou oficialmente no sábado o fim das operações militares e a libertação de Syrte, após oito meses de combates em que foram mortos 750 homens da Aliança de Milícias do oeste da Líbia.
Unidades do "ramo líbio" do EI ocuparam Syrte, cidade natal e local onde foi executado o ex-líder Muammar Kadhafi, em fevereiro de 2015, e converteram-na no seu bastião mais ocidental na bacia do Mediterrâneo.
Em maio, uma Aliança de milícias do oeste da Líbia, lideradas pela cidade de Misrata, a mais próxima de Syrte, e apoiantes do governo de unidade, desencadearam uma ofensiva militar para libertar a localidade.
A frente de batalha e a resistência 'jihadista' manteve-se firme, até ser iniciada em agosto a ofensiva militar da aviação de combate dos Estados Unidos.
No final de novembro, um porta-voz desta Aliança já tinha declarado o "fim das operações e a libertação de Syrte", enquanto se procedia à limpeza de armadilhas e explosivos deixados pelos 'jihadistas', que conseguiram escapar em grande número para as zonas desérticas do sul do país.
A Líbia continua a ser considerada um "Estado falido", vítima do caos e da guerra civil desencadeados a partir de 2011, quando a NATO interveio de forma decisiva para derrubar o regime de Muammar Kadhafi.
O país permanece dividido, controlado na zona leste pelo influente marechal Khalifa Haftar, numa disputa pelo controlo dos recursos petrolíferos, e com a presença de numerosas e poderosas milícias que mudam frequentemente de campo.
Uma situação que favoreceu a emergência do EI e da organização Al-Qaida do Magreb Islâmico (AQMI), que reforçaram a sua presença e influência em todo o país.
Lusa