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Trump e Presidente do Egito acordam adiar voto na ONU sobre colonatos israelitas

O Egito informou hoje que aceitou adiar a votação na ONU da resolução contra os colonatos de Israel em territórios palestinianos ocupados e Jerusalém-leste após um telefonema entre o Presidente eleito norte-americano e o Presidente egípcio.

"A chamada telefónica abordou o texto de resolução submetido ao Conselho de Segurança das Nações Unidas [pelo Egito] sobre os colonatos israelitas", refere um comunicado da presidência egípcia sobre a conversa entre Donald Trump e Abdel Fattah al-Sisi.

"Os dois líderes concordaram sobre a importância de dar à nova Administração norte-americana a oportunidade de lidar com todos os aspetos da causa palestiniana para alcançar um acordo abrangente", disse.

Previamente, na quinta-feira, e num apelo pouco comum Donald Trump, tinha pedido um veto norte-americano a este projeto de resolução.

"Como os Estados Unidos afirmam há muito tempo, a paz entre israelitas e palestinianos apenas pode surgir de conversações diretas entre as partes e não através das condições impostas pelas Nações Unidas", declarou em comunicado o futuro chefe da Casa Branca, numa tomada de posição rara no país para um Presidente norte-americano eleito que ainda não assumiu funções.

"Israel ficaria colocado numa posição negocial muito má e é extremamente injusto para todos os israelitas", afirma Donald Trump, citado no comunicado.

"É necessário impor um veto à resolução analisada no Conselho de Segurança das Nações Unidas", acrescentou.

Em 2011, uma resolução semelhante ficou comprometida pelo veto dos Estados Unidos e é muito incerta a probabilidade de sucesso da proposta egípcia.

Mas a eventualidade de a cessante administração do Presidente Barack Obama permitir a aprovação de semelhante resolução originou numerosas especulações na ONU.

As Nações Unidas consideram esta colonização ilegal na perspetiva do direito internacional e apelaram por diversas vezes a Israel para pôr termo à construção de colonatos. No entanto, os responsáveis da ONU confirmaram um aumento das construções em territórios palestinianos nos últimos meses.

O projeto de resolução exorta o Estado hebraico a "terminar de imediato e completamente toda a atividade de colonização em território palestiniano ocupado, incluindo Jerusalém-leste".

Lusa