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Ministro rejeita hipótese de motim prisional que provocou 33 mortos ter sido retaliação

O ministro da Justiça do Brasil, Alexandre Moraes, rejeitou hoje que o motim na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, no estado de Roraima, que provocou 33 mortos, tenha sido uma retaliação na guerra entre os principais grupos criminosos brasileiros.

Ministro rejeita hipótese de motim prisional que provocou 33 mortos ter sido retaliação
© Ueslei Marcelino / Reuters

"Aparentemente [a chacina em Roraima] não foi uma retaliação do PCC [Primeiro Comando da Capital] em relação à Família do Norte [FDN]", disse o ministro.

Segundo Alexandre Moraes, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo "houve a separação das fações, então todos [os presos mortos] eram da mesma fação, todos eram ligados ao PCC", disse.

A imprensa local tinha atribuído o mortífero motim a uma resposta à violência ocorrida esta semana numa outra prisão, na cidade de Manaus, onde morreram 56 reclusos.

Imagens da prisão de Roraima divulgadas pela imprensa local confirmaram a tese de que houve uma chacina já que mostram dezenas de presos ensanguentados ao longo dos corredores da prisão e alguns corpos decapitados.

Em menos de uma semana motins prisionais provocaram pelo menos 95 mortos nas regiões norte e nordeste do Brasil.

Destes, 60 presos foram assassinados em duas cadeias do estado Amazonas, 33 em Roraima e outros 2 no estado nordestino de Paraíba.

Os motins prisionais evidenciam a crise do sistema penitenciário brasileiro, cujas prisões estão superlotadas com milhares de presos vivendo em condições sub-humanas.

O Governo federal lançou ontem um plano de segurança nacional, mas não houve sinal de que a iniciativa irá conter no curto prazo a guerra entre membros do PCC, Comando Vermelho (CV) e FDN, consideradas atualmente as três grandes fações que disputam o controlo do tráfico de drogas no Brasil.

Lusa