."Hoje à noite, terei uma conversa telefónica com o presidente Trump sobre os temas relacionados com os palestinianos, a situação na Síria e a ameaça iraniana", disse Netanyahu, cujas afirmações, feitas no Conselho de Ministros, foram transmitidas pela rádio pública.
Esta será a primeira vez que os dois governantes vão falar após a tomada de posse de Trump na Casa Branca, na sexta-feira. Netanyahu recebeu com agrado a chegada ao poder de Trump depois das tensas relações com o seu antecessor, Barack Obama, sobretudo a propósito dos colonatos, considerando que estas foram um obstáculo para a retomada das negociações com os palestinianos.
Em paralelo, o município israelita de Jerusalém deu luz verde à construção de 566 habitações em três bairros de Jerusalém Oriental, Pisgat Zeev, Ramot e Ramat Shlomo, segundo o presidente da comissão da construção e planeamento do município de Jerusalém, Meir Turjeman, citado pela agência de notícias France Presse.
As licenças de construção para estas habitações tinham ficado congeladas no final de dezembro a pedido de Benjamin Netanyahu, enquanto este aguardava a chegada de Donald Trump à Casa Branca, acrescentou o responsável."As regras do jogo mudaram com a chegada ao poder de Donald Trump.
Deixámos de ter as mãos amarradas como no tempo de Barack Obama. Essas 566 casas são apenas o começo. Temos planos para a construção de 11.000 habitações que aguardam autorizações", disse Turjeman. O presidente do município de Jerusalém, Nir Barkat, acrescentou ainda em comunicado que outras 105 casas serão construídas em bairros palestinianos.
"Tivemos oito anos difíceis com Barack Obama que pressionou o congelamento da construção", acrescentou.Paralelamente, a ala direita do Governo está a pressionar Netanyahu para a anexação de Maale Adumim, um território ocupado na Cisjordânia. Segundo um projeto de lei apresentado por dois membros da maioria, e que deverá ser discutido hoje pelo gabinete de segurança, Israel anexaria Maale Adumim, território localizado a leste de Jerusalém e fundado em 1975, assim como uma área que liga esta colónia a Jerusalém.
A ser tomada esta decisão, a Cisjordânia dividir-se-ia em duas, tornando praticamente inviável a criação de um Estado da Palestina, com uma continuidade geográfica.
Lusa