"As reuniões da nossa delegação terminaram", declarou à agência France Presse uma fonte próxima dos negociadores do regime do Presidente sírio. Já um porta-voz dos rebeldes, Yehya al-Aridi, afirmou igualmente que as discussões estavam fechadas por hoje."Já não há mais encontros hoje, mas os dois lados estão a trabalhar nas questões que dizem respeito ao reforço do cessar-fogo" instaurado a 30 de dezembro, afirmou al-Aridi.
A delegação dos rebeldes encontrou-se hoje com os enviados turcos, de quem estão próximos, mas também com os enviados russos, aliados do regime de Damasco, e com os representantes da ONU.Estes encontros foram "longos e produtivos", sublinhou Yehya al-Aridi, acrescentando que manteve discussões "em profundidade" sobre os "problemas políticos" na Síria com o enviado de Moscovo.
Os rebeldes decidiram hoje, no último minuto, não se dirigirem diretamente aos representantes de Bashar al-Assad, ainda que todos estivessem sentados em redor de uma enorme mesa redonda, colocada num hotel de Astana, no decorrer da cerimónia de abertura dos trabalhos.As discussões de terça-feira vão decorrer, tal como hoje, "através de um mediador", indicou al-Aridi.
"Para que se consiga um cessar-fogo, para que termine o derramamento de sangue, para que as tropas estrangeiras e as milícias saiam do território sírio (...) nós faremos tudo o que for preciso", salientou o porta-voz rebelde.
As conversações de paz sobre a Síria em Astana foram convocadas graças a um pacto entre Moscovo, que apoia o Governo sírio, e Ancara, que dá apoio à oposição síria.
Estes dois países, junto com o Irão, foram os artífices do cessar de hostilidades que entrou em vigor na Síria a 30 de dezembro.A guerra na Síria começou em março de 2011 e provocou já mais de 300 mil mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização com sede em Inglaterra.
Lusa