"Um dos especialistas é de nacionalidade norte-americana e o outro, sueca. Eles foram sequestrados na província do Kasaï-central e levados para a floresta por elementos desconhecidos, juntamente com quatro congoleses: três motoristas de táxi-moto e um intérprete", declarou o porta-voz do Governo da RDCongo, Lambert Mende, citado pela agência de notícias francesa, AFP.
"O que podemos dizer, por agora, é que não sabemos onde estão dois membros do nosso grupo de especialistas e que a MONUSCO (Missão da ONU na RDCongo) está a procurá-los", disse em Nova Iorque o porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq, confirmando a nacionalidade dos dois desaparecidos.
O grupo de especialistas da ONU na RDCongo é composto por seis pessoas anualmente nomeadas pelo secretário-geral da ONU.Instituído pela resolução 1.533 do Conselho de Segurança em 2004, o grupo elabora todos os anos um relatório sobre circulação ilícita de armas no território congolês, destabilizado por muitos grupos rebeldes desde o fim da segunda guerra do Congo (1998-2003).
Em comunicado, o Governo de Kinshasa sustentou que "esse grupo estava a percorrer a província do Kasaï-central de moto, sem que as autoridades locais disso tivessem sido informadas".
Inquirida pela AFP, a MONUSCO disse não querer comentar a declaração do executivo antes de obter os resultados do seu inquérito no terreno.
A 7 de março, um "capacete azul" uruguaio foi ferido a tiro na região do Kasaï, no centro da RDCongo, palco de ataques dos rebeldes de Kamwina Nsapu, chefe tradicional morto em agosto de 2016, numa operação militar, depois de se ter revoltado contra as autoridades de Kinshasa.
Iniciada em Kananga, capital do Kasaï-central, em setembro de 2016, a violência entre as forças da ordem e os rebeldes alastraram progressivamente às províncias vizinhas de Kasaï-oriental, Kasaï e Lomami, fazendo mais de 400 mortos.
A MONUSCO está na RDCongo desde 1999 e tem destacados quase 19.000 soldados, polícias e observadores militares no leste do país e em Kinshasa, mas não dispunha de quaisquer tropas na região do Kasaï até ao recente envio de uma centena de "capacetes azuis" para Kananga e seus arredores.
Lusa