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Reduzir o aquecimento global é a única forma de salvar a Grande Barreira de Coral 

A Grande Barreira de Coral na Austrália só poderá ser salva se forem tomadas medidas urgentes para reduzir o aquecimento global, alerta um novo estudo. Os autores da pesquisa sublinham que qualquer outro método utilizado com o objetivo de salvar a longa faixa de corais, situada entre as praias no nordeste australiano e a Papua Nova Guiné, serão insuficientes.

Reduzir o aquecimento global é a única forma de salvar a Grande Barreira de Coral 
© David Gray / Reuters

A investigação, publicada na revista Nature, conclui que o fenómeno de branqueamento de corais não deverá ser estudado individualmente, mas como uma ameaça global que afeta a sobrevivência dos recifes, que se estendem por uma longa faixa de 2.300 quilómetros.

No ano passado, a Grande Barreira de Coral australiana sofreu a mais grave crise de descoloração de que há registo, com cerca de 90% da área afetada.

"As alterações climáticas são a maior ameaça à Grande Barreira de Coral. Tudo dependerá agora do que for feito pelos governos da Austrália, e do resto do Mundo, para combater o aumento global da temperatura do planeta", afirmou à BBC um dos autores do estudo, Morgan Pratchett, da Universidade James Cook, em Queensland, na Austrália.

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O responsável pela investigação internacional, Terry Hughes, alerta para o facto de o branqueamento dos corais se estar a tornar "normal". Ainda na semana passada, uma observação aérea permitiu concluir que pela primeira vez este é o segundo ano consecutivo em que o fenómeno atinge a Grande Barreira de Coral, relatou Hughes à BBC.

A dimensão dos danos mais recentes será avaliação nas próximas semana por um grupo de trabalho criado na Austrália especificamente para combater o branqueamento dos recifes.

Com uma largura que varia de 30 quilómetros a 740 quilómetros, a Grande Barreira de Coral pode ser vista do espaço e é a maior estrutura do mundo feita unicamente por organismos vivos. A sua "grande biodiversidade" levou as Nações Unidas a atribuírem-lhe, em 1981, a classificação de Património Mundial da Humanidade.