"Está provado que, ao evitar certos fatores de risco como o tabaco ou a obesidade, reduz-se o risco de cancro", sublinha Cristian Tomasetti, professor no centro do cancro da Universidade Johns Hopkins, um dos autores do estudo publicado na revista Science.
"Mas cada vez que uma célula normal de divide [processo chave para a regeneração do organismo] e copia o seu ADN para produzir duas novas células, ocorrem variados erros. Este aspeto tem sido ignorado cientificamente", afirma, citado pela agência France Press.
Estes erros "são importantes causas de mutações genéticas responsáveis por cancros e têm sido subestimados como principal causa destas patologia", garante Tomasetti.
No total "66% das mutações cancerígenas resultam de erros quando as células se dividem enquanto 29% devem-se a fatores ambientais e ao modo de vida e 5% à hereditariedade", precisa Bert Vogelstein, co-diretor do mesmo centro, em conferência de imprensa. "A maioria destas mutações são inofensivas mas, por vezes, produzem-se dentro de um gene que desencadeia um cancro - o que é por puro acaso", explica.