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Maduro diz ter dado "passo gigante" ao ordenar saída da Organização de Estados Americanos

O Presidente da Venezuela considerou ter dado um "passo gigante para romper com o intervencionismo imperial" ao ordenar, na quarta-feira, a saída do país da Organização de Estados Americanos (OEA).

Maduro diz ter dado "passo gigante" ao ordenar saída da Organização de Estados Americanos
Carlos Garcia Rawlins

"Dia da Dignidade da Independência. Dei um passo gigante para romper com o intervencionismo imperial", escreveu Nicolás Maduro, na rede de mensagens instantâneas Twitter, referindo-se a quarta-feira, dia em que foi anunciada a decisão de abandonar a OEA.

Numa outra mensagem, Maduro pediu a compreensão e solidariedade dos povos da América Latina e do mundo "para derrotar o plano intervencionista contra a Venezuela".

"A Venezuela Bolivariana Revolucionária e "chavista" continuará a sua marcha até à nossa verdadeira independência e nada nem ninguém nos irá deter", frisou.

"Já basta de abusos intervencionistas e violação da legalidade", insistiu o chefe de Estado venezuelano. O comentário de Nicolás Maduro surgiu depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros venezuelana, Delcy Rodríguez, ter anunciado que vai iniciar esta quinta-feira o procedimento para a saída oficial da Venezuela da OEA.

Rodriguez afirmou que o país não vai participar em "nenhuma atividade em que se pretenda posicionar o intervencionismo e a ingerência de um grupo de países que só procuram perturbar a estabilidade e a paz" na Venezuela.

O anúncio, transmitido pela televisão estatal, aconteceu depois de a OEA ter aprovado uma resolução para convocar, com caráter de urgência, uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros para tratar da crise venezuelana, sem o aval de Caracas.

A reunião foi aprovada com 19 votos a favor, dez contra, quatro abstenções e uma ausência. Votaram a favor a Guiana, Bahamas, Santa Lucia, Argentina, Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.

O processo de saída da OEA exige esperar dois anos e pagar o montante de quotas em dívida, que ascende a 8,7 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros), de acordo com a Carta da organização, o documento de fundação de 1948.

Fontes diplomáticas indicaram à agência noticiosa espanhola Efe que a reunião de chefes da diplomacia dos países-membros da OEA sobre a crise política na Venezuela só vai acontecer depois do encontro da Comunidade do Caribe (Caricom), marcada para 18 de maio.

Lusa