"Dia da Dignidade da Independência. Dei um passo gigante para romper com o intervencionismo imperial", escreveu Nicolás Maduro, na rede de mensagens instantâneas Twitter, referindo-se a quarta-feira, dia em que foi anunciada a decisão de abandonar a OEA.
Numa outra mensagem, Maduro pediu a compreensão e solidariedade dos povos da América Latina e do mundo "para derrotar o plano intervencionista contra a Venezuela".
"A Venezuela Bolivariana Revolucionária e "chavista" continuará a sua marcha até à nossa verdadeira independência e nada nem ninguém nos irá deter", frisou.
"Já basta de abusos intervencionistas e violação da legalidade", insistiu o chefe de Estado venezuelano. O comentário de Nicolás Maduro surgiu depois de a ministra dos Negócios Estrangeiros venezuelana, Delcy Rodríguez, ter anunciado que vai iniciar esta quinta-feira o procedimento para a saída oficial da Venezuela da OEA.
Rodriguez afirmou que o país não vai participar em "nenhuma atividade em que se pretenda posicionar o intervencionismo e a ingerência de um grupo de países que só procuram perturbar a estabilidade e a paz" na Venezuela.
O anúncio, transmitido pela televisão estatal, aconteceu depois de a OEA ter aprovado uma resolução para convocar, com caráter de urgência, uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros para tratar da crise venezuelana, sem o aval de Caracas.
A reunião foi aprovada com 19 votos a favor, dez contra, quatro abstenções e uma ausência. Votaram a favor a Guiana, Bahamas, Santa Lucia, Argentina, Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
O processo de saída da OEA exige esperar dois anos e pagar o montante de quotas em dívida, que ascende a 8,7 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros), de acordo com a Carta da organização, o documento de fundação de 1948.
Fontes diplomáticas indicaram à agência noticiosa espanhola Efe que a reunião de chefes da diplomacia dos países-membros da OEA sobre a crise política na Venezuela só vai acontecer depois do encontro da Comunidade do Caribe (Caricom), marcada para 18 de maio.
Lusa