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Brasil cumpre hoje greve geral contra alteração de leis laborais

O Brasil cumpre esta sexta-feira um dia de greve geral e de protestos contra mudanças na legislação laboral e no sistema de pensões já aprovadas pela câmara baixa do Parlamento e que serão em seguida votadas no Senado.

Brasil cumpre hoje greve geral contra alteração de leis laborais
Ueslei Marcelino

Professores, trabalhadores do metro, motoristas de autocarro, trabalhadores dos aeroportos, bancários, funcionários do sistema financeiro, metalúrgicos, funcionários dos correios, oficiais de justiça e trabalhadores do setor da Saúde são algumas das classes laborais que confirmaram a adesão à paralisação desta sexta-feira em vários Estados brasileiros.

Com esta greve, convocada por grandes centrais sindicais do Brasil, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), e também por movimentos sociais como a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, a sociedade brasileira insurge-se contra o projeto do Governo do Presidente do Brasil, Michel Temer, que altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), norma que rege as relações laborais no país desde a década de 1940.

Entre as alterações mais importantes está a inclusão de uma medida que estipula que, nas negociações laborais, poderá prevalecer sobre o legislado aquilo que foi acordado entre patrões e empregados.

O projeto também estabelece a possibilidade de as empresas dividirem as férias dos trabalhadores em três períodos, além de regular a realização de horas extraordinárias e de estabelecer normas para o teletrabalho.

Considerada um grande teste ao executivo de Temer, que pretende levar a cabo um amplo leque de reformas em 2017, a sessão da câmara baixa do parlamento brasileiro em que o diploma foi aprovado, na véspera da greve geral, durou mais de 14 horas.

Com o objetivo de garantir apoio suficiente na votação, Temer exonerou temporariamente quatro ministros para que estes pudessem retomar os seus mandatos de deputados federais, e o projeto acabou por ser aprovado com 296 votos a favor e 177 contra.

Lusa