"Regular de forma pacífica a questão nuclear da Península coreana através do diálogo e de negociações representa a única boa escolha que é realista e viável", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, antes de entrar na sala do Conselho de Segurança das Nações Unidas para uma reunião sobre a Coreia do Norte, presidida pelo secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson.
Wang Yi mencionou a necessária "desnuclearização da Península e a manutenção do regime internacional de uma não-proliferação nuclear" de forma "a evitar o caos" naquela região.
O ministro chinês, cujas declarações foram acompanhadas por um tradutor, voltou a referir a proposta de Pequim, que defende um congelamento dos programas militares nuclear e balístico da Coreia do Norte, mas também, como contrapartida, a suspensão dos exercícios militares entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul previstos num tratado de aliança entre Seul e Washington.
O chefe da diplomacia chinesa qualificou esta proposta como "sensata e razoável".
O ministro chinês pediu ainda que as negociações do chamado grupo dos seis (Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão, Rússia, Estados Unidos e China) sejam retomadas.
Estas negociações decorreram entre 2003 e 2009, mas sem sucesso.
Hoje, durante a reunião ministerial dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, o secretário de Estado norte-americano vai tentar pressionar o regime de Pyongyang, ao pedir às autoridades de Pequim para controlarem de forma mais eficaz o seu aliado tradicional.
O programa nuclear e balístico de Pyongyang é um assunto urgente para os Estados Unidos, uma vez que territórios como o Havai ou a costa noroeste norte-americana poderão estar ao alcance dos mísseis norte-coreanos.
Numa entrevista à rádio pública norte-americana NPR, divulgada hoje, Rex Tillerson disse que os Estados Unidos não excluem um diálogo direto com a Coreia do Norte.
"Claramente, essa seria a forma de que gostaríamos para resolver isso", disse o chefe da diplomacia norte-americana, interrogado sobre eventuais negociações diretas com o regime norte-coreano liderado por Kim Jong-Un.
O regime comunista norte-coreano multiplicou nos últimos anos os seus lançamentos de mísseis balísticos e realizou até cinco testes nucleares subterrâneos, incluindo dois durante o ano passado.
Estes programas militares desencadearam uma série de resoluções da ONU e várias sanções internacionais.
Segundo peritos das Nações Unidas, estas medidas punitivas tiveram, no entanto, pouco impacto nas políticas conduzidas por Pyongyang.
Lusa