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Polícia brasileira dispersa protesto perto da casa de Temer em S. Paulo

A Polícia Militar recorreu, na sexta-feira, a gás lacrimogéneo e a balas de borracha para dispersar um protesto perto da residência do Presidente brasileiro, Michel Temer, em São Paulo, um dos últimos atos no âmbito da greve geral.

Polícia brasileira dispersa protesto perto da casa de Temer em S. Paulo
FERNANDO BIZERRA JR. / EPA

A residência privada de Michel Temer, que se encontra em Brasília com a sua família, situa-se num bairro da capital paulista e foi isolada por um perímetro de segurança de aproximadamente 150 metros que impediu o acesso dos milhares de manifestantes que se reuniram nos arredores.

A marcha, convocada por sindicatos e organizações sociais num outro ponto da cidade, decorreu de forma pacífica e sem incidentes mas, quando as iniciativas programadas terminaram, polícias de choque começaram a dispersar um grupo que ainda permanecia no local.

Várias pessoas, com máscaras a cobrir o rosto, responderam aos agentes antimotim lançando pedras, garrafas e vidros que se encontravam na rua.

Em formação e com veículos blindados, a polícia avançou progressivamente pelas ruas próximas até terminar de dispersar os grupos que resistiam em abandonar o local.

O protesto teve início ao início da noite de sexta-feira no Largo da Batata, a poucos quilómetros da residência de Temer, e reuniu líderes políticos, como os senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Faria, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e dos principais sindicatos também acompanharam pacificamente a caminhada até à cada de Temer.

Antes, na Avenida Paulista, em pleno coração financeiro de São Paulo, realizou-se outra atividade, em que aproximadamente 3.000 pessoas, segundo os organizadores, protestaram em frente à sede regional da Presidência.

O Brasil viveu na sexta-feira um dia de greve geral, a primeira em 20 anos, contra reformas económicas, incluindo mudanças no sistema laboral e pagamento de pensões, o qual acabou por ficar marcado por confrontos entre manifestantes e forças da autoridade.

A greve geral teve impacto nos transportes públicos, por exemplo, mas não conseguiu paralisar o país, tal como pretendiam os sindicatos que a convocaram.

Lusa