Numa edição especial do Diário Oficial da União, o chefe de Estado justificou a revogação da ordem afirmando que considerou "a cessação dos atos de depredação e violência e o consequente restabelecimento da Lei e da Ordem no Distrito Federal, em especial na Esplanada dos Ministérios".
A decisão aconteceu menos de 24 horas após a assinatura do decreto, que determinou o envio de tropas de militares para proteger edifícios públicos que foram alvo de vandalismo numa manifestação contra o Governo brasileiro realizada na passada quarta-feira.
Em conferência de imprensa, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, justificou a intervenção de militares explicando que o Presidente Temer é a favor do protesto ordeiro, mas não do vandalismo e da barbárie.
"A desordem não será tolerada. Não serão toleradas essas manifestações que descambem para o vandalismo e para a violência", frisou.Sobre o mal-estar causado pelo decreto, criticado e comparado com medidas tomadas no período da ditadura no Congresso por parlamentares da oposição, o ministro da Defesa explicou que houve um "mal-entendido" de comunicação.
Raul Jungmann esclareceu que a decisão de usar as Forças Armadas foi operacional. O ministro também rebateu uma outra polémica causada com o presidente da Câmara de Deputados (câmara baixa), Rodrigo Maia, inicialmente apontado pelo próprio ministro como solicitante da ordem."Já liguei para Rodrigo Maia e dei as explicações dizendo que se tratou de um mal-entendido de comunicação.
A decisão do emprego das forças armadas foi do Presidente da República (...) Este conflito de versões está definitivamente esclarecido", garantiu.
O ministro alegou que o decreto que autorizou o uso das Formas Armadas é semelhante a outros editados no país entre 2010 e 2017, quando foram realizadas 29 ações para manter a ordem, dando como exemplo as greves da polícia e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Raul Jungmann disse ainda que o Governo decidiu acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para fazer uma perícia em todos os imóveis onde ocorreram danos para punir os responsáveis.
Na passada quarta-feira milhares de pessoas convocadas por movimentos sociais e sindicatos concentraram-se em Brasília para protestar contra reformas liberais promovidas pelo Governo, para pedir a destituição de Michel Temer e a realização de eleições presidenciais diretas no país.
O protesto foi marcado por confrontos entre os manifestantes e a polícia, e diversos edifícios públicos da Esplanada dos Ministérios foram danificados ou pilhados.
Lusa