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Iraque quer compensações após EUA reconhecerem morte de civis

O Iraque está a pedir compensações da coligação internacional anti-jihadista, liderada pelos Estados Unidos, depois de uma investigação que reconheceu a morte de mais de 100 civis num ataque aéreo na cidade iraquiana de Mossul (norte).

Iraque quer compensações após EUA reconhecerem morte de civis
Andres Martinez Casares / Reuters

"Pedimos à comunidade internacional, e especialmente aos Estados Unidos, que compense as vítimas", afirmou Nuraddin Qablan, vice-presidente do conselho da província de Nineveh (norte do Iraque).

Na quinta-feira, o Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) reconheceu que pelo menos 105 civis foram mortos em março último durante um bombardeamento norte-americano em Mossul, a segunda cidade do Iraque e o último bastião do grupo jihadista Daesh no país.

Segundo o representante iraquiano, citado pela agência norte-americana Associated Press (AP), os Estados Unidos deveriam reconstruir casas para todas as vítimas afetadas pelo ataque.

"Para que os danos psicológicos sejam atenuados", acrescentou Nuraddin Qablan.

O relatório do inquérito do exército norte-americano sobre o bombardeamento que ocorreu em 17 de março atribuiu a principal responsabilidade das mortes dos civis ao Daesh.

O mesmo documento referiu que o grupo extremista teria colocado uma grande quantidade de explosivos num edifício visado pelo ataque aéreo.

No total, 101 civis estavam no interior desse edifício, e quatro nas imediações.Vários residentes da zona de Mossul que foi visada pelo ataque aéreo afirmaram hoje em declarações à AP que não existiam combatentes extremistas nem explosivos dentro do edifício atingido pelo bombardeamento norte-americano.

Na terça-feira, e sobre outra área de atuação da coligação internacional, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) divulgou que os ataques aéreos realizados pela coligação internacional dirigida por Washington na Síria entre 23 de abril e 23 de maio foram os mais mortíferos para os civis num período de um mês.

"Entre 23 de abril e 23 de maio, os ataques aéreos da coligação causaram a morte de 225 civis, entre os quais 44 crianças e 36 mulheres, o balanço mais pesado de vítimas civis desde o início da sua intervenção na Síria a 23 de setembro de 2014", indicou nessa altura a organização, com sede em Londres.

Lusa