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Trump diz que isolamento do Qatar poderá ser "o início do fim do horror do terrorismo"

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse esta terça-feira que o isolamento do Qatar marca "talvez o início do fim do horror do terrorismo", sugerindo que "todos elementos apontam para o Qatar" quando se trata do financiamento do extremismo.

Trump diz que isolamento do Qatar poderá ser "o início do fim do horror do terrorismo"
Kevin Lamarque

Os países do Golfo Pérsico afirmaram que "iam adotar uma linha dura contra o financiamento do extremismo e todos os elementos apontam para o Qatar", escreveu Trump, na rede Twitter.

"Isto será talvez o início do fim do horror do terrorismo", acrescentou o líder norte-americano, numa referência à decisão da Arábia Saudita e de outros países da região de cortarem relações com o Qatar e de tomarem medidas para isolar o país.

Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Egito, Iémen e Líbia, além das Maldivas, anunciaram sucessivamente, na segunda-feira, o corte de relações diplomáticas com o Qatar, criando a mais grave crise regional desde a guerra do Golfo de 1991.

Riade justificou a decisão com "o acolhimento pelo Qatar de vários grupos terroristas e sectários para desestabilizar a região", incluindo a Irmandade Muçulmana, a Al-Qaida, o Daesh e grupos apoiados pelo Irão.

O corte de relações é associado a medidas que implicam o isolamento do Qatar, anfitrião do Mundial de Futebol 2022, com o encerramento de fronteiras terrestres e marítimas, proibições de sobrevoo e restrições à deslocação de pessoas. Sete companhias aéreas anunciaram a suspensão dos voos de e para Doha.

A diplomacia do Qatar considerou as acusações injustificadas e baseadas em alegações e pressupostos falsos: o Qatar "não interfere nos assuntos alheios" e "luta contra o terrorismo e o extremismo", afirmou o emir, xeque Tamim Ben Hamad Al-Thani.

Hoje de manhã no Twitter, Donald Trump já tinha associado o isolamento do Qatar à sua recente visita à Arábia Saudita, que foi centrada na luta contra o islamismo radical.

"Durante a minha recente viagem ao Médio Oriente, afirmei que o financiamento da ideologia radical devia acabar. Os líderes apontaram o dedo ao Qatar", escreveu o chefe de Estado norte-americano.

As declarações de Trump contrastam com o tom conciliador do secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, que na segunda-feira pediu aos países do Golfo para permanecerem "unidos" e para "conversarem sobre as diferenças".

O Qatar alberga a maior base aérea americana naquela região, sede do comando militar americano destacado no Médio Oriente.

Esta base aérea é crucial na luta contra o grupo extremista Daesh na Síria e no Iraque conduzida por uma coligação internacional liderada por Washington, que também integra o Qatar.

Lusa