"Haverá alguém na família real que queira ser rei ou rainha?... Parece-me que não", disse Harry à Newsweek, acrescentado no entanto que que a realeza garantirá a sucessão "para o bem do povo".
Em 1997, por ocasião da morte da mãe, o jovem príncipe juntou-se ao pai, príncipe Carlos, ao avô, príncipe Filipe, ao irmão William, três anos mais velho, e ao tio Earl Spencer, no cortejo fúnebre da princesa Diana que percorreu as ruas de Londres.
"Nenhuma criança deveria ser obrigada a fazê-lo, seja em que circunstâncias for. Penso que hoje não aconteceria", disse o príncipe à Newsweek, aprofundando o delicado tema da morte da mãe, que perdeu de uma forma brutal, num acidente num túnel em Paris, quando o carro onde seguia com o namorado Dodi Al-Fayed era perseguido por paparazzi.
"A minha mãe tinha acabado de morrer e eu tive de percorrer um longo caminho, logo atrás do seu caixão, cercado de milhares de pessoas que olhavam para mim, enquanto milhões acompanhavam através da televisão", sublinhou o príncipe, que admitiu recentemente que precisou de apoio psicológico para lidar com o trauma da morte da mãe.
Na entrevista à Newsweek, Harry presta também tributo à avó "extraordinária" por ter deixado que os mais jovens membros da família real decidam o futuro à sua maneira. "A rainha foi fantástica ao deixar-nos escolher", realçou. "Ela disse-nos para pensarmos com calma e analisarmos bem a questão".
Harry sugeriu nas declarações proferidas nesta entrevista que os Windsor não passam uns por cima dos outros para chegar ao "lugar de topo", como lhe chamou a princesa Diana. Agora com 32 anos, Harry faz questão de sublinhar que quem assumir o cargo o fará não porque o queira mas "para o bem do povo".
Na longa entrevista, na qual deixou críticas à família real, nomeadamente na forma como foi forçado a acompanhar as cerimónias fúnebres da mãe, o príncipe não falou sobre o o pai e realçou o desejo de querer renovar, ao lado do irmão, a monarquia britânica.