"Os Estados Unidos condenam" esta eleição "que põe em perigo o direito do povo venezuelano à autodeterminação", declarou, em comunicado, Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado.
Nauert garantiu que os Estados Unidos vão "continuar a tomar medidas fortes e rápidas contra a Venezuela".
De acordo com o Ministério Público venezuelano, pelo menos dez pessoas morreram, na sequência de confrontos, durante a jornada eleitoral para a Assembleia Constituinte, promovida pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e boicotada pela oposição.
Além dos Estados Unidos, a Colômbia, o Panamá, o Peru, a Argentina e a Costa Rica já anunciaram que não iam reconhecer a futura Assembleia Constituinte venezuelana.
A Bolívia denunciou a submissão destes países ao governo norte-americano.
O Canadá afirmou que esta é uma "eleição antidemocrática".
O México lamentou que o Governo venezuelano tenha organizado um escrutínio "contrário aos princípios democráticos universalmente reconhecidos", de acordo com um comunicado da Secretaria de Relações Externas (SRE).
No mesmo comunicado, o México condenou os incidentes de violência e repressão e considerou que avançar com a constituição da Assembleia Constituinte significa "uma continuação do conflito".
O México defendeu ser "o momento" de privilegiar "o diálogo e a reconciliação", instando Governo e oposição a realizarem um diálogo genuíno e com garantias que permitam ao povo venezuelano restaurar a ordem democrática e retomar o caminho de desenvolvimento e o Estado de Direito.
Também o Governo da Guatemala manifestou, no domingo, "profunda preocupação" pela eleição da Assembleia Constituinte na Venezuela e reiterou que a única saída para a crise, "que tende a agravar-se", é o diálogo.
A convocatória para a eleição foi feita a 01 de maio pelo Presidente, Nicolás Maduro, com o principal objetivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspetos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação, entre outros pontos.
A oposição venezuelana acusa Nicolás Maduro de pretender usar a reforma para instaurar no país um regime cubano e perseguir, deter e calar as vozes dissidentes.
Lusa