"O Conselho lamenta os efeitos devastadores que têm nos civis os conflitos armados atualmente em curso e a violência", sublinhou, o presidente do Conselho de Segurança, numa declaração adotada por unanimidade pelos seus 15 Estados membros.
O texto lamenta nomeadamente as consequências dos conflitos sobre "o encaminhamento da ajuda humanitária a curto, médio e longo prazo, constituindo assim uma das principais causas da fome nessas situações".
Resultado de uma iniciativa sueca, o texto foi amplamente negociado até se chegar à primeira ligação formalmente estabelecida pelas Nações Unidas entre a existência de conflitos e a fome.
"É indispensável que todas as partes respeitem o direito internacional humanitário", exige também o Conselho de Segurança, recordando que todos os participantes "nos conflitos armados têm por obrigação respeitar e proteger os civis".
Na sua declaração, o órgão executivo da ONU insta igualmente as partes em conflitos "a respeitarem e protegerem as instalações médicas, os profissionais de saúde, os meios utilizados para o seu transporte e o seu material".
O Conselho de Segurança pede aos beligerantes "no Iémen, no Sudão do Sul, na Somália e no nordeste da Nigéria que tomem medidas urgentes para permitir uma ação humanitária mais eficaz".
No texto, a instância suprema das Nações Unidas exorta ainda os Estados membros a respeitarem as suas promessas de donativos para combater a fome nos países referidos.
Segundo o gabinete de coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, dos 4,9 mil milhões de dólares urgentemente necessários, só foram doados 2,5 mil milhões de dólares para evitar a fome no Iémen, no Sudão do Sul, na Somália e no nordeste da Nigéria.
Lusa