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Leilão controverso de chifres de rinoceronte na Internet decorre até sexta-feira

O primeiro leilão de chifres de rinoceronte na África do Sul, através da Internet, começou esta quarta-feira e vai decorrer até sexta-feira, apesar da tentativa das autoridades para o impedir.

(Arquivo)
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Athit Perawongmetha

O comércio internacional dos chifres de rinoceronte é ilegal e aquela iniciativa, que as autoridades sul-africanas tentaram bloquear, suscita a indignação das organizações de defesa dos animais.

O principal criador de rinocerontes do mundo, o sul-africano John Hume, está a leiloar 264 chifres, com um peso total próximo dos 500 quilogramas.

Hume possui cerca de 1.500 paquidermes na sua quinta na província sul-africana do Noroeste, cujos chifres são regularmente cortados após anestesia. O procedimento é indolor e o chifre volta a crescer, refere a agência France Presse.

O leilão realizado pela empresa Van's Auctioneers é possível porque a moratória sobre o comércio de chifres na África do Sul foi levantada em abril, apesar dos esforços para a travar.John Hume diz no seu site que espera que a venda possa "evitar que rinocerontes sejam vítimas de caça furtiva devido aos seus chifres" e permita arranjar "fundos para financiar a reprodução e proteção dos rinocerontes".

Para alimentar o lucrativo tráfico de chifres de rinoceronte, utilizados na medicina tradicional asiática, mais de 1.000 destes animais são mortos anualmente na África do Sul, que tem cerca de 80% da população mundial.

O quilograma de chifre pode atingir até 60.000 dólares (50,9 mil euros) no mercado negro.

Não foi fixado um preço mínimo para os lances, mas os potenciais compradores devem pagar uma inscrição de 100.000 randes (6.400 euros).

"O vendedor só está disponível para comentários no final do leilão", disse à AFP uma representante da Van's Auctioneers que não quis ser identificada.

Lusa