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Mais de 10 mortos em confrontos na Índia após condenação de líder de seita por violação

Pelo menos 13 pessoas morreram e várias ficaram feridas em Panchkula, na Índia, na sequência de protestos violentos após um ter condenado um líder espiritual por abuso sexual. Ram Rahim Singh foi considerado culpado pela violação de duas das suas seguidoras.

Mais de 10 mortos em confrontos na Índia após condenação de líder de seita por violação
Altaf Qadri

"O tribunal da cidade de Panchkula anunciou a condenação, neste caso com 15 anos de prisão, do líder de uma seita, que se chama a si mesmo de santo doutor Gurmeet Ram Rahim Singh Ji Insan", segundo o procurador H.P.S. Verma.

O procurador também disse que a sentença será confirmada na segunda-feira e que o líder religioso será levado para a prisão central da cidade de Rohtak.

De acordo com Verma, o caso remonta a 2002, quando o guru teria violado duas das suas seguidoras.

Pouco depois de anunciada a condenação do guru, a multidão revoltada atacou os jornalistas e os carros dos meios de comunicação social que estavam estacionados no lado de fora do tribunal, partindo ainda os para-brisas.

As autoridades, temendo uma onda de violência, anunciaram que mais de 15 mil polícias e soldados indianos estão a patrulhar as ruas.

Este caso está a ser julgado num tribunal especial dirigido pela principal agência de segurança da Índia, o Escritório Central de Investigação.

A seita em causa, Dera Sacha Sauda, divulgou ter cerca de 50 milhões de seguidores e fazer campanhas de vegetarianismo e contra a dependência de drogas. Também assumiu causas sociais, como a organização dos casamentos de casais pobres. Este tipo de seita tem inúmeros seguidores na Índia.

Não é incomum que os líderes tenham pequenas milícias privadas e fortemente armadas, para os proteger. Cerca de 100.000 dos seus seguidores acamparam durante a noite em parques, praças e nas ruas da cidade, um subúrbio residencial tranquilo de Chandigarh, que é a capital comum dos estados de Haryana e Punjab.

A polícia criou barricadas com cancelas de metal revestidas com arame farpado ao longo das principais ruas na cidade, bloqueando ainda a rua que leva ao tribunal. Oficiais a cavalo supervisionavam as multidões que estão próximas do tribunal.

Escolas estão fechadas, os serviços de comboios foram cancelados, atrasando todo o tráfego ferroviário no norte da Índia. Os serviços de internet e telemóveis não estão a funcionar naquela zona a pedido do Governo.

Com Lusa