"O tribunal da cidade de Panchkula anunciou a condenação, neste caso com 15 anos de prisão, do líder de uma seita, que se chama a si mesmo de santo doutor Gurmeet Ram Rahim Singh Ji Insan", segundo o procurador H.P.S. Verma.
O procurador também disse que a sentença será confirmada na segunda-feira e que o líder religioso será levado para a prisão central da cidade de Rohtak.
De acordo com Verma, o caso remonta a 2002, quando o guru teria violado duas das suas seguidoras.
Pouco depois de anunciada a condenação do guru, a multidão revoltada atacou os jornalistas e os carros dos meios de comunicação social que estavam estacionados no lado de fora do tribunal, partindo ainda os para-brisas.
As autoridades, temendo uma onda de violência, anunciaram que mais de 15 mil polícias e soldados indianos estão a patrulhar as ruas.
Este caso está a ser julgado num tribunal especial dirigido pela principal agência de segurança da Índia, o Escritório Central de Investigação.
A seita em causa, Dera Sacha Sauda, divulgou ter cerca de 50 milhões de seguidores e fazer campanhas de vegetarianismo e contra a dependência de drogas. Também assumiu causas sociais, como a organização dos casamentos de casais pobres. Este tipo de seita tem inúmeros seguidores na Índia.
Não é incomum que os líderes tenham pequenas milícias privadas e fortemente armadas, para os proteger. Cerca de 100.000 dos seus seguidores acamparam durante a noite em parques, praças e nas ruas da cidade, um subúrbio residencial tranquilo de Chandigarh, que é a capital comum dos estados de Haryana e Punjab.
A polícia criou barricadas com cancelas de metal revestidas com arame farpado ao longo das principais ruas na cidade, bloqueando ainda a rua que leva ao tribunal. Oficiais a cavalo supervisionavam as multidões que estão próximas do tribunal.
Escolas estão fechadas, os serviços de comboios foram cancelados, atrasando todo o tráfego ferroviário no norte da Índia. Os serviços de internet e telemóveis não estão a funcionar naquela zona a pedido do Governo.
Com Lusa