"O Conselho de Segurança condena veementemente o míssil balístico lançado pela República Democrática Popular da Coreia que sobrevoou o Japão, assim como múltiplos outros lançados em 25 de agosto de 2017", diz o texto aprovado pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo a China, aliada de Pyongyang.
A declaração unânime do Conselho de Segurança da ONU, que esteve reunido de emergência a pedido de Tóquio e de Washington, descreve as ações de Pyongyang como "ultrajantes" e insiste em exigir-lhe que "pare de imediato" com os lançamentos.
"O Conselho de Segurança, determinado no seu compromisso por uma península coreana desnuclearizada, enfatiza a importância vital de ações imediatas e concretas" por parte de Pyongyang "de forma a diminuir a tensão", refere a missiva, sublinhando que os lançamentos representam "não apenas uma ameaça para a região, mas para todos os Estados-membros da ONU".
Neste âmbito, o órgão da ONU manifesta-se "seriamente preocupado" por a Coreia do Norte estar a "minar a paz e a estabilidade regional de forma deliberada", reiterando, com efeito, estar comprometido com uma solução política, diplomática e pacífica e renovando apelos a Pyongyang para que suspenda os seus programas nucleares e de mísseis.
"Pede-se a todos os Estados-membros que apliquem de forma estrita e plena" as resoluções da ONU, incluindo aquelas que impõem sanções económicas à Coreia do Norte", refere a declaração, lida na sala oficial do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelo presidente em exercício, o embaixador egípcio, a qual não aborda, no entanto, a possibilidade de potenciais novas sanções.
O mais recente lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte teve lugar menos de um mês depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado, por unanimidade, uma resolução que inclui o mais duro pacote de sanções contra Pyongyang, abarcando, entre outros, a proibição total de exportações norte-coreanas de carvão, ferro e chumbo.
A ser respeitada, a resolução 2371 adotada pelo Conselho de Segurança da ONU no início do mês, deve privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem dos mil milhões de dólares. A declaração adotada na terça-feira pelo Conselho de Segurança da ONU tem lugar um dia depois de a Coreia do Norte ter disparado um míssil que, pela primeira vez desde 2009, sobrevoou território japonês, percorrendo 2.700 quilómetros antes de cair a leste da ilha de Hokkaido em águas do Pacífico.
Tratou-se do 13.º lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte desde o início do ano, segundo dados de Seul.No passado domingo, dia 27, Pyongyang também lançou três mísseis de curto alcance para águas do mar do Japão, quando milhares de soldados norte-americanos e sul-coreanos participavam em manobras militares conjuntas na península.
Lusa