Rajoy qualificou ainda de "disparate" a possibilidade de, ainda esta semana, os independentistas catalães tentarem, em apenas um dia, que a Mesa do parlamento regional aceite a proposta de lei do referendo, a inclua na ordem do dia e a leve a votação, sem que haja qualquer discussão sobre o projeto.
O chefe do Governo chamou a atenção para o facto de se estar a tentar impedir o direito ao debate por parte da oposição, um comportamento que, segundo ele, nunca se verificou desde que foram recuperadas as liberdades democráticas em Espanha, há 40 anos.
"Esse é o legado que alguns vão deixar da sua atividade", acrescentou Mariano Rajoy, ao mesmo tempo que insistiu que o Governo central não vai permitir qualquer ilegalidade e medida contra a Constituição do país.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
O presidente do governo regional da Catalunha anunciou, a 9 de junho último, a realização de um referendo sobre a independência desta região de Espanha a 1 de outubro próximo.
Na altura, Carles Puigdemont também assegurou que o executivo regional "se compromete a aplicar" o resultado do referendo.
O Governo de Madrid assegura que a consulta é "ilegal e inegociável" e garante que isso não irá acontecer.O conflito entre Madrid e a região mais rica de Espanha, com cerca de 7,5 milhões de habitantes, uma língua e culturas próprias, arrasta-se há várias décadas.
Lusa