"Pode haver mais de um milhar de pessoas que foram mortas", disse a enviada especial da ONU no país, Yanghee Lee, avançando uma estimativa duas vezes superior à do Governo birmanês. "Há [mortos] dos dois lados, mas as vítimas concentram-se largamente na população rohingya", afirmou Lee.
Segundo a ONU, cerca de 164.000 pessoas, a maior parte da comunidade rohingya, fugiram da violência na antiga Birmânia em menos de duas semanas e procuram agora refúgio no vizinho Bangladesh.
Composta por cerca de um milhão de pessoas, a minoria rohingya continua ainda a ser considerada como uma comunidade de imigrantes ilegais do "vizinho" Bangladesh, apesar de alguns viverem em Myanmar há várias gerações.
Muitos deles vivem em acampamentos na região oeste do país, depois dos incidentes intercomunitários de grande violência ocorridos em 2012, que causaram pelo menos 160 mortos e deixou 120 mil rohingya confinados a 67 campos de deslocados.
As autoridades não reconhecem a cidadania aos rohingya e impõem-lhes múltiplas restrições, incluindo a privação de movimentos.
Com Lusa