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Trump e Guterres juntos em evento sobre reforma da ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, juntou-se esta segunda-feira, em Nova Iorque, ao presidente norte-americano num evento sobre a reforma das Nações Unidas, onde se ouviram criticas de Donald Trump ao funcionamento da organização.

Trump e Guterres juntos em evento sobre reforma da ONU
Lucas Jackson

"Em anos recentes, as Nações Unidas não alcançaram todo o seu potencial devido a burocracia e má gestão. Apesar de o orçamento da ONU ter aumentado 140 por cento e o seu pessoal mais do que duplicou desde o ano 2000, não estamos a ver os resultados desse investimento. Mas sei que isso está a mudar com o secretário-geral e está a mudar rápido", disse Donald Trump, que estava sentado junto a António Guterres.

"Para honrar as pessoas das nossas nações, temos de garantir que ninguém, e nenhum estado membro, acarreta com uma parte desproporcional do fardo, militarmente ou financeiramente", disse Donald Trump.

Os EUA são o país que mais contribui para o orçamento da organização, pagando 22 por cento do seu orçamento geral e 28 dos seus gastos em operações de manutenção de paz. Neste evento, o país apresentou um plano em 10 pontos para a reforma da ONU, em que apoiam os esforços de reforma iniciados por Guterres.

"Também pedimos que cada missão de manutenção de paz tenha objetivos claramente definidos e formas de medir o seu sucesso. As pessoas merecem ver o valor das Nações Unidas e é nosso dever mostrar-lhes. Encorajamos o secretário-geral para usar plenamente a sua autoridade para cortar a burocracia, reformar sistemas antiquados e tomar decisões firmes, para avançar a missão central da ONU", continuou o presidente dos EUA.

Além disso, disse Donald Trump, os EUA encorajam "todos os estados membros a procurar formas para tomar decisões arrojadas na ONU, com o objetivo de mudar como as coisas são feitas normalmente, e não ficar refém das formas do passado, que não estavam a funcionar."

O evento, que acontece à margem da Assembleia Geral da ONU, reuniu cerca de 120 países dos 193 membros da organização. A Rússia e a China foram os únicos países com assento permanente no Conselho de Segurança que não participaram.

Para participar no evento, os países tinham de assinar uma declaração em que declaravam "apoiar o secretário-geral na condução de mudanças concretas ao sistema da ONU para melhor alinhar o seu trabalho em iniciativas de ajuda humanitária, desenvolvimento e paz sustentável."

"Comprometemo-nos em reduzir a duplicação de mandados, a redundância e sobreposição, incluindo entre alguns órgão da ONU", lê-se na declaração.

"Temos basicamente o presidente à cabeça de um esforço de reforma que apoia verdadeiramente o secretário-geral, mas a parte mais impressionante é que pedimos aos países que assinassem em apoio à reforma, e 120 países assinaram. É um numero milagroso," disse a embaixadora dos EUA junto da ONU, Nikki Haley.

"Temos um pacote de reformas massivo, sendo liderado pelo secretário-geral, que simplifica o processo e o orçamento, que nos faz avançar e que torna a ONU muito mais eficaz", disse ainda a embaixadora.

Lusa