A 17 de agosto de 2017, os observatórios LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory, nos EUA) e Virgo Interferometer (na Europa) alertaram os astrónomos de todo o mundo para a deteção de uma onda gravitacional, apelidada GW170817 - flutuações no tecido do espaço-tempo, causadas por eventos cósmicos poderosos, previstas na teoria da relatividade de Albert Einstein.
Cerca de dois segundos depois, o telescópio da ESA Integral e o da NASA Fermi Gamma-ray observaram uma explosão de raios gama na mesma direção.
Logo a seguir, um batalhão de telescópios começou a busca para encontrar a fonte de tal fenómeno cósmico. Foi localizada na galáxia NGC 4993, a 130 milhões de anos-luz, revelou hoje a ESA.
Ondas gravitacionais
As ondas gravitacionais são pequenas ondulações no tecido espaço-tempo, provocadas pela deslocação de um corpo com grande massa, e que se propagam no Universo à velocidade da luz.
O fenómeno acontece com uma supernova (explosão de uma estrela em fim de vida) ou com duas estrelas de grande massa muito próximas uma da outra, assim como com a colisão de buracos negros (zonas do Universo das quais nada pode escapar, nem mesmo a luz, sendo por isso invisíveis).
Primeira deteção em setembro de 2015
A 2 de fevereiro de 2016, cientistas de várias nacionalidades anunciaram que ouviram as ondas gravitacionais produzidas pela colisão de dois buracos negros a 400 megaparsecs (1.3 mil milhões anos-luz) da Terra. A revista científica Nature reproduziu a comunicação.
As ondas gravitacionais tinham detetadas a 14 de setembro de 2015 pelos dois instrumentos do Observatório Ligo (Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory), nos EUA. São dois aparelhos gigantes, cada um com 4 quilómetros de comprimento, separados por 3 mil quilómetros: um em Livingston, na Luisiana, nos sul do país, o outro em Hanford, no estado de Washington, no noroeste dos EUA.
Virgo está situado perto de Pisa, em Itália. Foi construído há 25 anos pelo Centro Nacional de Investigação Científica francês (CNRS) e pelo Instituto nacional de Física nuclear italiano (INFN).
A observação de ondas gravitacionais valeu a três astrofísicos norte-americanos o Nobel da Física deste ano.
Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne "pela contribuição para o detetor LIGO e pela observação das ondas gravitacionais", anunciou o Comité Nobel.