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Supremo Tribunal espanhol decide colocar 6 deputados catalães sob vigilância policial

O Supremo Tribunal espanhol decidiu colocar os seis deputados regionais, entre eles a presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, em vigilância policial até daqui a uma semana, quando voltarem a ser ouvidos pelo tribunal.

Carme Forcadell, presidente do Parlamento da Catalunha, ficou também sob vigilância policial.
Carme Forcadell, presidente do Parlamento da Catalunha, ficou também sob vigilância policial.
Sergio Perez

Segundo fontes do Tribunal Supremo, o juiz aceitou o pedido do procurador que fez este pedido depois da decisão de suspender as audiências que começaram esta manhã até 09 de novembro próximo.


O Ministério Público não se opôs ao adiamento das audições, mas pediu como medida cautelar a vigilância policial para Forcadell e os cinco membros da Mesa do parlamento regional.


Estes parlamentares começaram a ser ouvidos às 9:00 (8:00 em Lisboa) no Supremo Tribunal e num outro tribunal, a Audiência Nacional, uma câmara especial para julgar os casos mais sensíveis e graves contra o Estado espanhol, estão a ser ouvidos membros do governo regional.


Dos 14 membros do executivo regional (Generalitat), apenas se apresentaram até agora nove, tendo faltado cinco deles, entre eles o presidente do governo destituído, Carles Puigdemont.


O Ministério Público acusa os 14 antigos membros do executivo catalão, entre os quais Puigdemont, e os seis deputados regionais, incluindo a presidente do parlamento, de delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos, arriscando-se a penas que vão até 30 anos de prisão.


O presidente demitido do governo catalão deslocou-se no início da semana à Bélgica e afirma que só regressará a Espanha quando tiver "garantias imediatas de um tratamento justo, com separação de poderes", o que considera não ser o caso.


Se os juízes assim decidirem, os suspeitos que não se apresentarem nas audições de hoje e sexta-feira podem ser detidos pela polícia e, no caso de ausência no estrangeiro, poderá ser emitido um mandado de detenção internacional.


O parlamento regional da Catalunha aprovou na passada sexta-feira a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupava.


O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou no sábado a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o governo catalão.

Lusa