A pesquisa realizada pela Universidade de Swansea, no Reino Unido, e pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu mensagens de contas da rede social Twitter, sediadas na Rússia, a apelarem ao voto a favor do Brexit e simultaneamente identificaram outros posts pró-União Europeia.
"A principal conclusão é que os tweets foram usados de propósito e tiveram influência nos resultados", referiu Tho Pham,
um dos responsáveis pelo estudo.
Segundo este investigador, citado pelo jornal The Times, a maioria das mensagens parecem ter sido publicadas por contas automáticas programas com um determinado objetivo.
O estudo analisou 156.252 contas russas com o hashtag #Brexit, num dos casos, o utilizador de nome Svetal1972 publicou 92 tweets entre 20 e 24 de junho, incluindo um no qual apelava a que 23 de junho passase a ser o Dia da Independência do Reino Unido.
A 23 de junho de 2016, 17,4 milhões de pessoas votaram no referendo, 51,9% dos eleitores foram favoráveis ao Brexit, 48,1% dos votos defendiam a permanência do Reino Unido na União Europeia.
Fontes oficias russas negam qualquer envolvimento no Brexit e acusam o Ocidente de estar a alimentar uma histeria coletiva contra a Rússia, rejeitando todas as acusações de que Moscovo tenha tentado influenciar os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos ou do referendo sobre o Brexit.
Também o Facebook admitia recentemente que contas sediadas na Rússia poderiam ter sido usadas para interferir no referendo sobre o Brexit.
Em reação a estas últimas informações, o Parlamento britânico enviou ao diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, um pedido de informação sobre contas da rede social com ligações russas criadas na altura do referendo e das eleições britânicas de 2017.
A primeira-ministra Theresa May acusou a Rússia de querer interferir na vida política britânica e garantiu que o seu Governo mantém o compromisso de proteger a Europa depois do Brexit.
"Faremos todos os possíveis para conter a ação da Rússia", garantiu May.