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Puigdemont pede à UE que escute os catalães

O ex-presidente do Governo da Catalunha e líder do movimento eleitoral Juntos pela Catalunha, Carles Puigdemont, disse esta sexta-feira que não perde "a esperança" na Comissão Europeia e pediu ao executivo comunitário que escute os cidadãos catalães.

Puigdemont pede à UE que escute os catalães

Numa conferência de imprensa por vídeo, a partir de Bruxelas, depois de na quinta-feira a Comissão Europeia ter dito que os independentistas têm direito a expressar as suas ambições políticas mas que devem respeitar o Estado de direito, Puigdemont afirmou que não perde a "esperança" de que possa haver uma mudança de discurso mas também disse que lhe interessa mais "o que pensam dentro de portas do que o que dizem fora".

Carles Puigdemont afirmou ainda que, depois da manifestação em Bruxelas esta quinta-feira - que segundo a polícia juntou 45.000 pessoas pela independência da Catalunha -, é "impossível" que na União Europeia "não entendam a realidade".

O líder independentista sublinhou que o dever da Comissão Europeia é assegurar que os Estados protejam "a Carta dos Direitos Humanos e as diretivas europeias" e pediu ao executivo comunitário para não só ouvir os Estados-membros, mas também os cidadãos, pois "aqueles que se manifestaram na quinta-feira são cidadãos europeus".

Esses manifestantes não foram para a capital belga para apoiar qualquer "gangue de criminosos", disse Puigdemont, acrescentando que está "muito feliz" pelo modo como correu a manifestação pela independência e a mensagem "alta e clara" transmitida na capital europeia.

A Catalunha vai a eleições em 21 de dezembro, convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont.

Os partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, o que lhes permitiu formar um Governo que organizou um referendo de autodeterminação em 1 de outubro último, que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.

Lusa