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Trump admite palavras "duras" mas garante: "essa não foi a linguagem usada"

Donald Trump garante que não proferiu as palavras que foram noticiadas para classificar países africanos, o Haiti ou El Salvador, durante uma reunião na Casa Branca, onde foi apresentada uma proposta de legislação sobre imigração. Num post publicado no Twitter, o Presidente dos EUA admite que a linguagem que usou foi "dura" mas que "realmente difícil" foi a proposta apresentada. A comunicação social norte-americana avançou, esta quinta-feira, que Trump recorreu ao calão, com a expressão "shithole countries" ("países de merda"), para classificar as nações em causa.

Trump admite palavras "duras" mas garante: "essa não foi a linguagem usada"
Jonathan Ernst/ Reuters

Depois das reações internacionais às declarações de Trump, que não se fizeram esperar, por parte de organizações dos países afetados e também pelas Nações Unidas, o Presidente escreveu:

Trump aproveitou o post para rejeitar as acusações de que é alvo, justificando que não usou as palavras que estão a ser noticiadas, e criticou a proposta que foi apresentada.

"O que foi realmente difícil foi a proposta extravagante apresentada - um grande revés para o DACA! [Deferred Action for Childhood Arrivals, acordo para a imigração infantil]"

Os meios de comunicação social norte-americanos, como o jornal The Washington Post, que citou fontes familiarizadas com o encontro, publicaram as declarações de Trump: "Por que razão temos todas estas pessoas de países de merda a virem para aqui?".

Paravras que, segundo os media dos EUA, foram proferidas depois de dois senadores terem apresentado a Trump um projeto de lei migratório ao abrigo do qual seriam concedidos vistos a alguns cidadãos de países que foram recentemente retirados do Estatuto de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), como El Salvador, Haiti e nações africanas.

O Presidente dos EUA respondeu recorrendo à expressão "shithole countries", uma afirmação que, apesar de ser calão foi usada pelos jornais norte-americanos que avançaram com a notícia, e também surgiu na maioria dos títulos da comunicação social europeia.

O TPS é um benefício concedido pelos Estados Unidos a imigrantes indocumentados, que não podem regressar aos países devido a conflitos civis, desastres naturais ou outras circunstâncias extraordinárias, permitindo-lhes trabalhar no país com uma autorização temporária.