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Curdos pedem à ONU para garantir segurança dos territórios que controlam

O principal partido curdo da Síria pediu hoje ao Conselho de Segurança da ONU para agir rapidamente para garantir a segurança dos territórios controlados por curdos no norte do país, incluindo um enclave que a Turquia ameaçou atacar.

Curdos pedem à ONU para garantir segurança dos territórios que controlam
Erik de Castro

O Partido da União Democrática (PYD), o braço político da principal milícia curda, disse num comunicado que se a Turquia lançar uma operação contra Afrine, no norte da Síria, o mundo assumirá a responsabilidade pela vida das pessoas que lá residem. Cerca de um milhão de pessoas vivem no enclave de Afrine.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na segunda-feira que as forças armadas turcas estão prontas para lançar uma operação contra os bastiões das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) em Afrine e Minbej, no norte da Síria.

Esta milícia curda é considerada pela Turquia como uma extensão síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização que combate Ancara desde 1984.

O objetivo seria, segundo Erdogan, "matar à nascença" uma força fronteiriça que Washington pretende criar na Síria, integrando combatentes curdos que Ancara considera terroristas.

A coligação internacional conduzida pelos Estados Unidos para lutar contra o grupo radical Daesh anunciou no domingo a criação de uma "Força de Segurança Fronteiriça", em parceria com combatentes curdos e árabes, para "impedir o ressurgimento do Daesh".

Segundo a coligação, que apoia militarmente na Síria os combatentes curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias, a força fronteiriça deverá ser constituída "durante os próximos anos" e contará com cerca de 30.000 homens, metade serão membros das FDS (dominadas pelas YPG) e o resto novos recrutas.

A divergência de pontos de vista em relação às milícias curdas tem dificultado as relações entre a Turquia e os Estados Unidos, aliados na NATO, organização a quem Erdogan pediu na terça-feira para tomar posição em relação aos planos dos Estados Unidos relativos àquela força fronteiriça.

Lusa