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EUA não vão reconhecer Presidente "ilegitimo" venezuelano

Os Estados Unidos não reconhecerão o Presidente que seja eleito nas eleições antecipadas na Venezuela por considerar que são "ilegítimas", disse esta quinta-feira um responsável da Administração norte-americana.

Joshua Roberts

Um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano, em Washington, disse hoje:

"A nossa posição e a posição da comunidade internacional é muito clara. Estas eleições serão ilegítimas, os resultados não serão reconhecidos"

Para os EUA, o Governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, que já anunciou a sua candidatura a estas presidenciais, "precisa de fazer reformas eleitorais significativas que permitam umas eleições verdadeiramente livres, justas, transparentes e credíveis, sob observação internacional".

Esta é a terceira vez que a Administração norte-americana se pronuncia, em três dias, contra a decisão da Assembleia Constituinte da Venezuela, de antecipar as eleições para uma data a marcar até 30 de abril, quando normalmente se realizam no final do ano. O mesmo responavel referiu ainda:

"A decisão da ilegítima Assembleia Constituinte de convocar eleições antecipadas, inclusivamente com as negociações a decorrer entre a oposição e o regime de Maduro, mina essas conversações e mina a capacidade de o povo venezuelano de participar significativamente na resposta às múltiplas crises causadas pelo regime de Maduro"

Os EUA prometem usar todas as suas ferramentas "diplomáticas, políticas e económicas", incluindo novas sanções, para que "o regime de Maduro preste contas pelas suas práticas corruptas, repressivas e antidemocráticas".

Presidente do Supremo Tribunal da Venezuela, Maikel Moreno.
Marco Bello

Relativamente ás eleições antecipadas, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela decidiu excluir a aliança da oposição, Mesa de Unidade Democrática (MUD), do processo de revalidação de partidos, que vai decorrer no fim de semana. O processo de revalidação, organizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, vai ser realizado na sequência da decisão da Assembleia Constituinte de anticipar as presidenciais.

No texto da decisão do Supremo venezuelano, divulgado na quinta-feira à noite diz:

"ordena-se ao CNE a exclusão da MUD do processo de revalidação convocado" por a formação agrupar "diversas organizações políticas já revalidadas" e outras que aguardam revalidação para participarem no processo eleitoral de caráter nacional.

Na decisão, a Sala Constitucional, sublinhou que o "caráter de agrupamento contraria abertamente a proibição da dupla militância", definida na Lei de Partidos Políticos, Reuniões Públicas e Manifestações.

Nesse mesmo dia, a presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez, anunciou que o órgão estava a avaliar os mecanismos para preservar o sistema partidário de participação política na Venezuela" e "muito em breve daria a conhecer a vontade da plenária" da assembleia.

Com Lusa