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O "inferno na Terra" em Ghouta Oriental

O regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, continua a bombardear a zona de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco. Os números são impressionantes: em três dias, morreram cerca de 300 civis, entre os quais largas dezenas de crianças. Há ainda mais de 1.500 pessoas feridas. As negociações para o fim do conflito voltaram a falhar e os grupos humanitários dizem que estes são os ataques mais intensos desde o início da guerra, em 2011. A ONU fala num autêntico "inferno na Terra".

As negociações para o fim do conflito no enclave de Ghouta Oriental voltaram entretanto a falhar. Os observadores russos garantem que os apelos aos grupos armados para acabar com a resistência e entregar as armas não tiveram sucesso.

Entretanto, a Rússia já pediu uma reunião de urgência ao Conselho de Segurança da ONU, onde Moscovo diz pretender que todas as partes avancem com propostas para sair da atual situação.

Bassam Khabieh

Estes ataques são feitos com recurso às chamadas "bombas de barril", que são proibidas pelos tratados internacionais. São construídas de forma rudimentar, com barris cheios de explosivos e fragmentos como pregos e vidros. Ao serem lançadas, têm efeitos devastadores.

Neste cenário de guerra, os habitantes de Ghouta têm procurado refúgio em grutas e nas caves dos prédios destruídos. Não têm, por isso, acesso a comida nem a água potável. Além disso, desde novembro, altura em que começaram os bombardeamentos quase diários, o Governo autoriza a entrada de apenas um comboio de ajuda humanitária.

Bassam Khabieh

Esta é uma das poucas áreas que continuam sob controlo dos rebeldes, que lutam pelo fim do regime de Assad. Antes do início da guerra, viviam em Ghouta Oriental dois milhões de pessoas. Agora a população está reduzida a 400 mil habitantes.

Bassam Khabieh

É uma guerra que parece não ter fim, apesar dos vários apelos internacionais. As Nações Unidas falam num "inferno na Terra" e apelam ao fim imediato dos bombardeamentos para que os feridos possam ser tratados e a ajuda humanitária possa chegar às populações.

Bassam Khabieh

O regime sírio continua a fazer ouvidos moucos a estes apelos, e o pior pode estar ainda por chegar. Muitos analistas acreditam que a intensificação dos ataques aéreos significa que está iminente um ataque por terra.

O Presidente da Síria, Bashar al-Assad
Sana Sana

A própria Rússia, aliada de Assad, garante que a ofensiva ainda não começou e que, nos últimos dias, o mundo tem assistido apenas a bombardeamentos preliminares.