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Rússia vai pedir na ONU investigação a alegado ataque químico na Síria

A Rússia vai apresentar hoje na ONU um projeto de resolução exigindo "um inquérito" por peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas ao alegado ataque químico a Douma, na Síria, anunciou o chefe da diplomacia russa.

Rússia vai pedir na ONU investigação a alegado ataque químico na Síria
Bassam Khabieh

"Vamos entregar hoje na ONU um projeto de resolução exigindo a realização de um inquérito", disse Serguei Lavrov.

Segundo o mesmo, a Rússia está interessada em que os "peritos independentes da OPAQ", a Organização para a Proibição de Armas Químicas, participem nesse inquérito. E acrescentou que para que "cumpram as suas obrigações devem" devem "necessariamente deslocar-se ao local.

Lavrov destacou ainda que as forças russas na Síria estão em condições de garantir a segurança dos inspetores da OPAQ.

"Não podemos continuar a fazer fé nos resultados das investigações que são feitas à distância", prosseguiu, evocando o ataque com gás sarin contra a localidade de Khan Sheikhun, que em abril de 2017 fez mais de 80 mortos, atribuído ao regime sírio pelos Estados Unidos e seus aliados.

Os Estados Unidos devem apresentar também hoje um projeto de resolução para a instituição de um mecanismo de investigação internacional sobre o recurso a armas químicas na Síria, mas a Rússia já considerou que ele contém "elementos inaceitáveis".

Mais de 40 pessoas morreram no sábado num ataque contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno, foi realizado com armas químicas.

A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega.

Pseu principal aliado, a Rússia, afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram "nenhum vestígio" de substâncias químicas.

Na segunda-feira, a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) anunciou que "realizou uma análise preliminar das informações" sobre o ataque em Douma e que uma equipa de investigadores está a tentar reunir mais elementos "para determinar se foram utilizadas armas químicas".

Com Lusa