Numa entrevista à revista francesa Numéro Magazine, o diretor criativo da Chanel e da Fendi disse que estava "completamente farto", depois de ser questionado sobre o crescente número de modelos que se tinham chegado à frente para falar sobre os abusos que sofreram.
"O que me choca mais no meio disto tudo são aquelas mulheres que precisaram de 20 anos a lembrar-se do que aconteceu. Sem falar no facto de não haver testemunhas de acusação", defendeu o homem de 84 anos, citado pela revista norte-americana People.
"Com todas estas acusações de assédio, elas tornaram-se tóxicas."
Na entrevista, o designer alemão defendeu ainda o diretor criativo Karl Templa, acusado de alegada má conduta.
"Uma rapariga acusou-o de tentar puxar as suas calças para baixo e ele foi instantaneamente excomungado de uma profissão que até agora o tinha venerado. É inacreditável."
As duras palavras do designer alemão não ficaram por aqui.
"Se não querem que vos baixem as calças, não se tornem modelos."
Karl Lagerfeld foi mais longe e disse mesmo para os jovens modelos se juntarem a um convento. "Há sempre espaço para vocês num convento. Eles estão a recrutar até."
As declarações do diretor criativo já foram criticadas por uma organização que protege os direitos dos modelos, que exigiu uma ação legal contra Karl Lagerfeld. Segundo a WWD, a organização Model Alliance classificou as palavras do designer como "vergonhosas" e disse que estas mostram "como ainda há muito trabalho a fazer".