Representantes do Grupo Internacional de Contacto (GIC) e das organizações civis Bake Bidea e o Fórum Social Permanente anunciaram hoje a realização deste encontro, numa declaração sem direito a perguntas e na qual não mencionaram a organização separatista ETA.
A organização independentista basca deverá formalizar a sua dissolução no início de maio, preâmbulo à dissolução unilateral do grupo separatista exigido por Madrid.
Raymond Kendall, especialista do GIC e antigo secretário-geral da Interpol, sublinhou hoje que este encontro de 04 de maio, que deverá decorrer na localidade basco-francesa de Cambo-les-Bains, "será primordial para o avanço do processo de paz definitiva".
"Os bascos provaram a sua determinação para avançar para uma paz justa e duradoura (...) Estamos certos que novos avanços ocorrerão num futuro próximo, no mês de maio", sublinhou Kendall.
O GIC acredita que hoje estão reunidas "as condições para promover progressos significativos para alcançar o objetivo final".
"Chegou o momento de renovar o nosso compromisso com a paz", concluiu Kendall, após convidar "todas as organizações civis e políticas" a participar na reunião de Cambo-les-Bains para "estabelecer um novo marco no caminho para a paz ".
Na semana passada, a ETA reconheceu os "danos causados" e a "responsabilidade direta" no "sofrimento excessivo" da sociedade basca durante décadas, pelo qual pediu "sinceras desculpas".
Um total de 829 mortes foram atribuídas à ETA (Euskadi Ta Askatasuna, ou 'País Basco e Liberdade') , enquanto pelo menos 62 dos seus ativistas foram mortos.
A organização separatista basca ETA vai anunciar a dissolução a 05 de maio, durante uma cerimónia marcada para Baiona, no País Basco francês, disseram à agência noticiosa espanhola EFE fontes conhecedoras do processo.
A ETA renunciou definitivamente à violência em 2011, e anunciou o desarmamento em abril do 2017. Em seguida anunciou um debate interno sobre o seu futuro, tendo confirmado em fevereiro que pediu aos seus membros para votarem na dissolução. Criada em 1959, em Espanha, na altura da ditadura de Francisco Franco, a ETA iniciou em 1969 uma campanha de atentados, que se intensificaram nos anos 1980, já no tempo de democracia.
Lusa