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Milhares de trabalhadores humanitários foram atacados em 20 anos

A Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa lembrou esta sexta-feira os milhares de trabalhadores humanitários vítimas de ataques nos últimos 20 anos, numa homenagem ao seu empenhamento em todo o mundo.

Milhares de trabalhadores humanitários foram atacados em 20 anos
Jon Nazca

"Cerca de 4.400 trabalhadores humanitários foram vítimas de ataques graves ao longo das duas últimas décadas. Mais de um terço destes trabalhadores perderam a vida", indicou Federica Mogherini, numa declaração igualmente assinada pelo Comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, a propósito do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, que se assinala no domingo.

"No último ano, do Afeganistão à Nigéria, da República Centro-Africana ao Iémen, estes ataques causaram a morte de civis e de trabalhadores humanitários. Tais atos de violência constituem uma grave violação do direito internacional humanitário. Salvar vidas não deveria custar vidas", adiantam.

Mogherini e Stylianides declaram que "a UE é um líder mundial no domínio da ajuda humanitária" e que promover esta ajuda e o respeito pelo direito humanitário "continua a ser o objetivo principal" do "empenhamento internacional" dos 28.Segundo a Representação da Comissão Europeia em Portugal, a UE mobilizou em 2017 "mais de 2,43 mil milhões de euros para ações de ajuda humanitária em mais de 80 países".

Parte significativa dos fundos foi utilizada no apoio à população síria, dentro e fora do país, tendo sido também apoiadas "pessoas deslocadas devido a conflitos de longa data no Afeganistão, na Colômbia e no Corno de África", assim como os refugiados rohingya.

Face ao aumento do número de ataques, a proteção tornou-se "um desafio prioritário" e "em 2017, mais de 10% do orçamento da ajuda humanitária da UE foi atribuído a ações relacionadas com a proteção humanitária", indicou a Representação da Comissão Europeia em Portugal em comunicado.

O Dia Mundial da Ajuda Humanitária foi criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 2008, tendo-se escolhido o 19 de agosto, data do atentado com um camião armadilhado contra a sede da ONU em Bagdad, no Iraque, que matou o representante especial do secretário-geral no país, o brasileiro Sérgio Vieira de Melo, e outras 21 pessoas em 2003.

Lusa