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União Europeia pede libertação dos dois jornalistas birmaneses

A União Europeia instou esta segunda-feira a Birmânia a rever as sentenças de sete anos de prisão decretadas aos dois jornalistas birmaneses da Reuters que devem ser libertados de "forma imediata e sem condições".

União Europeia pede libertação dos dois jornalistas birmaneses
LYNN BO BO

Um comunicado do porta-voz do Serviço Europeu de Ação Exterior da União Europeia adverte que a sentença contra Wa Lone e Kyaw Soe Oo, acusados de violação da Lei sobre os Assuntos Secretos e Oficiais, pela investigação jornalística de um massacre de muçulmanos de origem rohingya atinge a "liberdade de imprensa, o direito à informação e o desenvolvimento do Estado de Direito".

"A sentença e prisão (...) serve para intimidar outros jornalistas que vão recear perseguições e detenções por estarem simplesmente a executar o seu próprio trabalho", acrescenta o porta-voz.

Os dois jornalistas da agência de notícias Reuters sentenciados por atos de espionagem com base em legislação da época colonial britânica foram detidos a 12 de dezembro de 2017 após uma reunião com dois polícias que, segundo os acusados, lhes forneceram documentos supostamente confidenciais.

A União Europeia frisa que os diplomatas dos Estados membros acompanharam em Rangum, tal como outros observadores, o processo judicial contra os jornalistas tendo abordado o assunto "de forma permanente" com o governo liderado pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

"Reiteramos a nossa expectativa em relação à posição das autoridades que devem assegurar as condições adequadas para que os jornalistas possam trabalhar. As sentenças de prisão decretadas a Wa Lone e a Kyaw Soe Oo devem ser revistas e os dois devem ser libertados de forma imediata e incondicional", indicou o porta-voz.

Diplomatas, organizações de defesa dos direitos humanos, as Nações Unidas e a agência Reuters também já criticaram a condenação.

Lusa