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Divulgadas imagens do jornalista desaparecido a entrar no consulado saudita

Imagens divulgadas por uma estação de televisão privada turca mostram o jornalista Jamal Khashoggi a dirigir-se para o consulado saudita em Istambul e posteriormente uma carrinha a abandonar o edifício em direção à residência do cônsul.

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A estação de televisão News 24, próxima do presidente turco, transmitiu hoje as imagens que sugerem que Khashoggi se encontrava no interior do veículo, uma carrinha Mercedes de cor preta.


Segundo a notícia da News 24, a carrinha fez o percurso de dois quilómetros entre o consulado da Arábia Saudita e a residência do cônsul tendo entrado na garagem da casa.

A Arábia Saudita declinou os pedidos da estação de televisão sobre as imagens que foram divulgadas e que anteriormente mostram o jornalista desaparecido a entrar no edifício do consulado.

Além das imagens que foram transmitidas pela News 24, um jornal turco (pró-governamental) publicou os nomes e as fotografias de 15 cidadãos sauditas que chegaram a Istambul, a bordo de dois aviões privados, no dia em que Jamal Khashoggi desapareceu.

A imprensa turca cita fontes ligadas às autoridades de Ancara que acreditam que o jornalista saudita foi assassinado no consulado de Riade em Ancara no momento em que pedia um documento necessário para poder casar com uma cidadã turca.
A Arábia Saudita já negou as alegações sobre o assassinato do jornalista e escritor conhecido pelas críticas contra o executivo de Riade.

Médico legista saudita esteve em Istambul no dia em que jornalista desapareceu

Um médico legista militar integrava o grupo de 15 sauditas que chegou a Istambul na semana passada, no dia em que desapareceu o jornalista Jamal Khashoggi, noticiou hoje a imprensa turca.

O grupo, que chegou à cidade turca em dois aviões privados e partiu no mesmo dia, é apontado pela imprensa turca como uma das pistas que a polícia está a privilegiar na investigação ao desaparecimento do jornalista.

O diário Hürriyet noticiou hoje que um dos elementos do grupo era um médico legista do exército saudita, Salah Mohamed Tugaiby.

O jornal pró-governamental turco Sabah publica os nomes e idades de todos os 15 elementos do grupo, assim como as suas fotografias, tiradas de imagens das câmaras de vigilância dos dois hotéis de Istambul em que ficaram alojados, assim como as horas a que chegaram e partiram.

A imprensa turca define o grupo como um "esquadrão da morte" ou "de sequestro", em consonância com as teses de que Khashoggi foi assassinado no consulado, como sustenta o jornalista turco seu amigo Turan Kislçi, ou de que foi sequestrado, como avançou a imprensa árabe.

Também hoje, a imprensa turca divulgou imagens que mostram o jornalista a dirigir-se para o consulado e posteriormente uma carrinha Mercedes de cor preta a abandonar o edifício em direção à residência do cônsul.

As autoridades turcas recusam pronunciar-se sobre quaisquer teses, afirmando que apenas está determinado que Khashoggi entrou no consulado saudita na terça-feira 02 de outubro para tratar de questões burocráticas e que não voltou a ser visto.
Segundo a televisão turca NTV, nesse dia, as autoridades consulares deram a tarde livre aos funcionários turcos do consulado, afirmando que ia realizar-se uma reunião.
Os funcionários turcos saíram à hora do almoço, pouco antes de Khashoggi entrar, segundo a televisão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia anunciou na terça-feira que pediu e obteve autorização das autoridades sauditas para que a polícia turca faça buscas no consulado.

Jamal Khashoggi, um jornalista crítico do regime saudita autoexilado nos Estados Unidos, escrevia nomeadamente para o jornal norte-americano Washington Post.