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Líder republicano afirma que será difícil derrotar Trump nas eleições de 2020

O líder da maioria republicana no Senado norte-americano advertiu esta quarta-feira os membros do partido que estejam a considerar desafiar Donald Trump nas primárias para as eleições presidenciais de 2020, afirmando que tal decisão seria "uma perda de tempo".

Líder republicano afirma que será difícil derrotar Trump nas eleições de 2020
MICHAEL REYNOLDS

Numa entrevista à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), Mitch McConnell disse que será "muito, muito difícil derrotar o Presidente (Donald Trump) nas primárias" do Partido Republicano.

"Francamente seria uma perda de tempo. Mas as pessoas que poderão desafiar o Presidente não irão procurar-me para pedir conselhos", referiu o senador republicano pelo Estado do Kentucky (sudeste dos Estados Unidos).

O senador pelo Estado do Arizona, Jeff Flake, que há um ano anunciava que não iria recandidatar-se ao cargo numa conferência de imprensa durante a qual considerou que "o comportamento imprudente, ultrajante e indigno" de Donald Trump era "perigoso para a democracia", tem sido um dos nomes da ala republicana referenciados pelos 'media' como um potencial adversário de Trump nas primárias do partido para as presidenciais de 2020.

Recentemente, Jeff Flake esteve em destaque no processo de confirmação do juiz Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos.

Membro do Comité Judicial do Senado (câmara alta do Congresso), órgão que avalia os nomeados para a mais alta instância judicial norte-americana antes da confirmação numa votação em plenário, Jeff Flake fez depender o seu voto final sobre Brett Kavanaugh, alvo de suspeitas de assédio sexual e violação, da realização de uma investigação adicional da polícia federal norte-americana (FBI).

Na terça-feira, a embaixadora junto das Nações Unidas demissionária, Nikki Haley, também fez saber que não será candidata às eleições presidenciais norte-americanas de 2020, numa altura em que as suas ambições políticas têm sido objeto de muitos rumores.

"Não, não vou concorrer em 2020" para Presidente, gracejou, na terça-feira, Nikki Haley, acrescentando rapidamente de que irá apoiar Trump.

Na entrevista à AP, o senador Mitch McConnell advertiu também o Partido Democrata, afirmando que os democratas devem refletir cuidadosamente sobre "assédio presidencial" se pretendem conquistar a maioria do Congresso nas próximas eleições intercalares, agendadas para 6 de novembro.

Segundo McConnell, as ameaças democratas de uma eventual investigação às finanças e negócios de Donald Trump "ajudarão o Presidente a ser reeleito" em 2020.

O senador relembrou o caso do Presidente Bill Clinton em finais da década de 1990 e o fracasso que essa situação representou na altura para o Partido Republicano.

A então Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) de maioria republicana avançou com a impugnação ('impeachment') de Bill Clinton, mas o Senado absolveu o então chefe de Estado norte-americano, que era suspeito de um envolvimento com uma estagiária da Casa Branca Mónica Lewinsky.

Mitch McConnell recordou que a opinião pública acabou por não estar em sintonia com a posição republicana. "Funcionou exatamente de forma oposta.

A opinião pública ficou zangada connosco e sentiu empatia pelo Presidente Clinton", afirmou McConnell.Ainda sobre Trump e a atual administração, o líder republicano afirmou à AP que não lhe compete vigiar as mensagens publicadas pelo Presidente dos Estados Unidos na rede social Twitter ou controlar a retórica utilizada pelo governante em comícios ou em outros eventos.

À agência noticiosa norte-americana, Mitch McConnell destacou o "extraordinário" sucesso da atual administração, apoiada por uma maioria republicana nas duas câmaras do Congresso, dando como exemplo o crescimento da economia, as duas nomeações para o Supremo Tribunal (Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh) e a reforma tributária.

Lusa